Faça-me o Favor!

Não nos responsabilizamos por mudanças súbidas de humor ou apetite, ofenças pessoais ou sentimentos inibidos que aflorem de quem por descuido venha a ler isso aqui. Queremos que tudo se exploda e não queremos explodir juntos. Não estamos aqui para sermos atacados, somos nos que atacamos. Ficamos em cima do muro mesmo, atirando pedra em quem passar em baixo, independente do lado.

quinta-feira, junho 26, 2008

Não há pedras suficientes no mundo


Foi uma numeróloga quem disse: vocês dois têm a mesma personalidade, mas destinos e almas opostos, e é exatamente por isso que nunca vão dar certo juntos. Ela voltou pra casa derrotada, como se alguém tivesse amassado seus sonhos um a um, como dobraduras de papel que fracassaram. Enquanto caminhava na longa avenida, lembrava dos olhos castanhos dele, e no que as quadras passavam, alternava em negação, raiva, barganha e depressão. Aceitação? Nunca.

Foi o melhor amigo dele quem disse: você está cometendo o maior erro da sua vida deixando essa mulher ir embora, e olha que eu nem acreditava que vocês pudessem dar certo juntos. Ele encosta no balcão do bar, coça a barba e nota o quanto está cansado do longo dia, pedindo mais uma cerveja. Olha pro lado e tem uma mulata daquelas com cara de assanhada; uma bunda gostosa enfiada numa calça justa de fazer qualquer um perder a cabeça. Mas hoje não. Que cabeça?

Foi o tempo quem decidiu: perdidos entre suas próprias emoções e razões, seguiram seus caminhos que teimavam em cruzar-se. Mas nem sempre se está pronto ou disposto a se ouvir esse chamado. Nem sempre é simples ou efetivo. Nem sempre é plausível ou viável. Por mais que se queira, que se espere, que se sonhe. Porque no fundo, ela sabe que a numeróloga está certa. Porque no fundo, ele nunca ouviu os conselhos do melhor amigo.

terça-feira, junho 24, 2008

O país do futuro.... mesmo?


"E tem a cultura brasileira, que é bastante criativa e ao mesmo tempo "ocidental" - um filme que faz sucesso em Seattle ou Londres vai fazer sucesso em São Paulo. Também achamos que o Brasil tem algo diferente, que merece ser divulgado: que seja videogame ou o cinema brasileiro, que está crescendo (adorei o controverso "Tropa de Elite" e filmes de Beto Brant por exemplo), a publicidade, que sempre ganha muitos prêmios fora, a moda e obviamente a música brasileira, com sua diversidade excepcional que ainda não é bem conhecida no exterior. O Brasil não vai exportar apenas milho, soja e ferro; vai exportar também cultura"


Bertrand Chaverot


E depois de viver um ano e meio no segundo país do que se chama américa latina, sou obrigado a concordar com esse cara.


sábado, junho 21, 2008

Possibilidades

- Vamos tomar um café?

Falar banalidades e, com sorte, coisas mais densas - que amanhã poderão nem ser tão densas assim. Talvez as bobagens sejam mais significativas e ecoem mais no pensamento do que assuntos sérios; talvez a gente vá a um café, mas optaremos por não tomar café, talvez ficaremos lá naquela mesa, só nós dois, rodeados de silêncio... que poderá ser mortal ou também poderá comunicar mais do que qualquer palavra saída das nossas bocas. De repente vamos começar a rever nossas afinidades, sentiremos uma ponta de felicidade invadir o peito, e um conhecido qualquer passará na mesa, interromperá a conversa e demorará apenas o tempo necessário para nos fazer esquecer o que falávamos. Então eu entrarei num dilema e começarei a planejar coisas importantes, sem saber que os meus desejos mais íntimos e secretos são justamente os fatores que limitarão essas coisas. Mudarei de idéia depois que você, como quem não quer nada, me abrir os olhos. Olharei displicente, para o relógio, e ambos esperaremos um segundo convite para irmos ver a tarde cair, mas ninguém o fará. Fatigado, você pagará a sua parte da conta alegando que precisa ir. Então eu cruzarei a esquina, e você irá em direção ao estacionamento.

sábado, junho 14, 2008

Arte?

terça-feira, junho 10, 2008

Sentado na dúvida, coletando opiniões

Teve uma época que eu achava puta legal a idéia de ser o rockstar. Eu não tinha crítica. Pensamos no clip, na farra, mulheres, drogas e muita grana. Deve ser um inferno. Não há privacidade, você não sabe quem é ninguém, todo mundo sabe quem é você e dependendo do tipo de música que você faz, seus fãs ultrapassam os limites da selvageria. Enfim. Tudo isso rapidamente ficou claro lá pelos dezesseis anos depois de meia dúzia de ensaios que ficaram empacados em uma única música, lá com a primeira bandinha. Depois do ensaio, no bar, um dos caras manda algo como "A gente ficou puto, imagina o Keith Richards que toca Satisfaction 300 vezes por ano há 40 anos!!!"... seguido pelo infalível "Pode crer" coletivo.
Sem novidade. Todos atinamos pra isso.
Esses dias porém me deu uma puta aversão de ouvir música, ou de ouvir a maior parte das músicas que geralmente eu ouço. Tudo me aborreceu. E isso teve um start num momento muito claro. Foi uma convergência, mas foi interessante. Aproveitem pra rir.
Por um motivo que não vem ao caso, fui com meu comparsa de costume tomar uma birita na noite e caímos num boteco onde se tocava Moda de Viola. Eu adoro Tião Carreiro e os caipiras mais antigos. Como eu e o Tequila cantamos uma dúzia de modas há algum tempo, pensamos em bater um papo com o dono e tocar no boteco: sem esperanças, já que a maior parte do pessoal toca as coisas mais recentes, que pra mim, passam longe da música caipira. Mas vá lá. Just for fun e algumas brejas num meio de semana, geralmente morto.
Lá fomos e tocamos das antigas. Deu certo. Ganhamos quase três vezes mais do que costumeiramente ganhamos com Doors e Pink Floyd. No final, o dono perguntou se a gente tocava Trio Parada Dura (do qual também sou muito fã - principalmente por ter a segunda voz mais encrencada do oeste!) e eu disse que sim, apesar de não. Mas eu ensinava o comparsa e tudo daria certo.
Lá fui eu procurar uma ou outra moda dos caras e caí no youtube. Pois não que estão de novo na ativa? E com direito a ter Telefone Mudo de volta às paradas. Muitas duplas novas e uma despontando... pois aí foi o mal feito. Uma dessas duplas novas tem milhões de ocorrências no youtube. Coloquei o nome dos caras e foi uma avalanche. Dia tal tocaram em não sei onde, no dia seguinte, duzentos km adiante, no outro dia mais não sei quantos km de viagem em outro lugar, no outro dia, dois shows. E é claro que no youtube tinha a mesma música em todas essas ocorrências. Até aí, sabemos como é... mas...
Numa dessas tinha uma entrevista dos caras no programa do Jô Soares. Simpáticos, solícitos, uma ou outra piadinha. Mais adiante no youtube, eles na mesma semana no Serginho Groisman. A mesma simpatia, a mesma solicitude, e as mesmas piadas. Uns dias depois, os caras no Faustão, na Hebe, no Raul Gil e em mais uma dúzia de programas. A mesma música e as piadas. Num desses programas, não por acaso o mais antigo de todos, eles mostravam muito mais entusiasmo e vontade de cair na estrada. No programa mais recente, lançando o disco novo, o script.
Isso em deu uma sensação de opressão absurda, principalmente depois que eu extrapolei pra todo o espectro da música que eu ouço regularmente. Onde todos os caras conhecidos foram parar? Quantas anedotas não existem sobre momentos em que os caras se encheram daquilo e despirocaram, com drogas, com projetos paralelos e até caindo fora do meio artístico!!! Como se reinventar nesse meio? Afinal de contas, muitos deles foram/são músicos criativos e produtivos, mas passavam a maior parte do tempo só reproduzindo. Como não expresar a criatividade quando sé é criativo? Como suprimir a criatividade em prol da mesmice? Concordo que deve ter muito pangaré que deve estar pensando em tudo, menos em música. Mas e os caras que realmente sempre pensaram em arte? Como manter a coisa no status de arte - sendo arte exclusivamente como forma de manifestação - sem se perder no torvelinho das obrigações contratuais e da repetição de scripts? Quantos causos me vieram à mente!!!
Os Beatles não conseguiam tocar ao vivo por causa da histeria. Foram parar no topo de um prédio. O Hendrix se encheu de fazer o de sempre e surtou num programa da BBC, parando no meio "o de sempre", o Tony Iommi fazendo cara feia pro Ozzy quando este, já muito desafinado abandonava a letra de Paranoid, tantos caras que largaram bandas estourando pra ir fazer outras coisas, tentar projetos novos, amargando o ostracismo, não por falta de qualidade. Tantos exemplos. E eles estão envelhecendo e começando a contar as histórias daqueles tempos, mezzo reminiscência, mezzo justificativa. Achei que de certa forma isso escancarava a loucura da droga pra agüentar o tranco e até - por que não - ser um reforço do que era que se queria quando se começou aquilo. Mas onde desandou?
Comecei, em pânico, a procurar nos discos esse momento. E em tantas bandas é tão claro!!! E olhando retrospectivamente, conhecendo a história das bandas, dá pra perceber quantas delas sequer tiveram um momento de sinceridade. Anos setenta viu a reação punk. Vendida. Anos oitenta percebeu que valia a pena fazer música dolosa - pra vender mesmo - e seguindo a trilha dos "vitoriosos" (sobreviventes?), fizeram escola. Anos noventa com nova reação, rápido e devidamente empacotado para consumo, não sem trocar o sucesso por alguns suicídios aqui e acolá, apareceram alguns. Novo milênio, internet, antigos se reunindo pra levantar um grana, novos morrendo na praia e entupindo o MySpace. Onde foi parar a arte? Onde foi parar a espontaneidade? Meu amigo Schumacher me convidou pra irmos em alguns shows esse ano e não tive a menor vontade de ir em um sequer. É como ver um trabalhador na linha de produção. Quem não está assim? Os movimentos no palco, a careta na hora do solo... tudo no script.
Voltei a ouvir as coisas desconhecidas, as esquecidas e os degredados. Alguns tiveram coragem de não aceitar convites dos Stones pra poder criar em paz e não usar cabresto e passaram a vida tocando em botecos, mesmo que tenham muitas vezes tenham sido headliners em lugares de gabarito.
Sei lá... passei a ter mais admiração e respeito pelos caras que saíram de bandas e desencanaram. Passei a gostar mais das coisas genuínas. Ouvi Stooges de outra forma, Dust, antes de ser o core dos Ramones, e senti pena de ver caras bons presos na bola de ferro anos depois!!! Ou caras que gostam do que fazem, gostavam dos sons, mas devem seguir certos scripts pra se reerguer, ou tendo que chamar amigos vendidos pra dar uma mão. Me deprimiu e me fez rever muito do que sempre gostei e de como encaro a coisa toda. É foda agüentar o tranco. É foda estar lá e não dançar conforme a música.
Enfim... como os convivas vêm isso? Será que os que caíram fora só foram trouxas ou fracotes, ou de fato eles tiveram peito de largar aquilo que pra maioria é o nirvana e pra eles era o inferno?
De cá, ainda contemplo. E não sei se chegamos a algum lugar. Mas me ocorreu. E de novo me manda pros recônditos da internet em busca de coisas interessantes, mesmo que sejam poeirentas, ou que fizeram outros arrotarem o que não era deles, desde que sejam autênticas (ou ao menos pareçam).

domingo, junho 08, 2008

Queens of the Stone Age: 5

E pra completar a minha banda randomica eu chamaria esse iluminador.

quinta-feira, junho 05, 2008

Agora só falta a banda...

Por sugestão de um amigo, eis a receita de bolo para montar o seu primeiro disco:

1) acesse http://en.wikipedia.org/wiki/Special:Random - o título da primeira página aleatória que aparecer será o nome da sua banda.

2) vá pra http://www.quotationspage.com/random.php3 - as últimas quatro palavras da última frase da página formarão o título do seu disco.

3) acesse http://www.flickr.com/explore/interesting/7days/ - a terceira foto, não importa qual seja, será a capa do seu disco.

Siga a risca, seja honesto, brinque com o Paint do seu computador e o resultado pode ser surpreendente... o meu ficou assim:

quarta-feira, junho 04, 2008

DUELO DE MC´S - BH - PDR x FAEL

E ai mano? Quem 6 acha que ganho? Um salve pra Janis, pro Armless da ZL, pra chuchuca da Puta Véia e pro vacilao do Nillis. Certo? Paz!