Faça-me o Favor!

Não nos responsabilizamos por mudanças súbidas de humor ou apetite, ofenças pessoais ou sentimentos inibidos que aflorem de quem por descuido venha a ler isso aqui. Queremos que tudo se exploda e não queremos explodir juntos. Não estamos aqui para sermos atacados, somos nos que atacamos. Ficamos em cima do muro mesmo, atirando pedra em quem passar em baixo, independente do lado.

sábado, agosto 09, 2008

A Insustentável Leveza do Ser


"Um dia em que acabara de fazê-la dormir e portanto ela estava na antecâmara do primeiro sono, de onde ainda podia responder às suas perguntas, ele lhe disse: "Bem! Agora, vou indo". "Para onde?", perguntou ela. "Vou sair", disse ele com voz severa. "Vou com você', disse ela levantando-se da cama. "Não, não quero. Vou para sempre", disse ele, saindo do quarto. Ela se levantou e o seguiu até a entrada, piscando. Estava de camisola curta, sem nada por baixo. Seu rosto permanecia imóvel, sem expressão, mas os movimentos eram enérgicos. Da entrada, ele passou para o corredor (o corredor comum do edifício) e fechou a porta na frente dela. Tereza a abriu com um gesto brusco e o seguiu, convencida no seu estado de sonolência de que ele queria partir para sempre e ela deveria retê-lo. Ele desceu um andar, parou no patamar e ficou esperando por ela. Tereza foi ter com ele, segurou-o pela mão e o trouxe para junto de si, na cama.

Tomas dizia consigo mesmo: deitar-se com uma mulher e dormir com ela, eis duas paixões não apenas diferentes mas quase contraditórias. O amor não se manifesta pelo desejo de fazer amor (esse desejo se aplica a uma multidão inumerável de mulheres), mas pelo desejo do sono compartilhado (esse desejo diz respeito a uma só mulher). "

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