Armless na Terrinha - Atos Impensados II
Fomos passar uma tarde em Itapoã. Famosa Itapoã. A vista realmente é linda. E só.
Entre quiosques encardidos e três quase-assaltos na praia, fomos indo a pé até o farol. Não fosse nosso hábito de andar pelos mocós da Zona Leste de São Paulo e teríamos voltado de lá sem a cueca!!!
Não fizemos de rogado e mantivemos nosso objetivo que era, como na música, passar a maldita tarde em Itapoã.
Num dado momento, já depois de uma água de côco e algumas latas de cerveja na orelha, eis que nos deparamos com uma estátua em cima de uma pedra. Armless mandou de primeira... “que diabo faz uma estátua mal-acabada dessas estragando a paisagem?”, ao que o colega emenda “Sei lá... se o pessoal daqui tivesse bom gosto, ninguém chamaria o outro de ´baiano´ !!!”. Chegando mais perto, vimos que aquela figura horrorosa era uma mulher (ou algo que o valha), de azul, e um monte de cuia de barro com trabalhos de macumba no pé dela. Toda suja...
Como não estava conformado com a feiura da figura, fui até lá tirar um foto pra perguntar pra algum entendido se aquilo tinha razão de ser... tanto mau-gosto. Saquei a máquina e o amigo emendou, “Vai lá do lado dela...” e lá fui. Não deu tempo de terminar, e uma horda de nativos que jogava capoeira ali do lado veio se dirigindo pro nosso lado. Dessa vez, eu notei antes.
Desci da pedra num pulo e saímos correndo. Mas é difícil correr naquela areia. Íamos muito lentos. E os nativos pareciam flutuar... que desespero!!! Chegamos na calçada e saltamos dentro do primeiro ônibus que vimos. Um nativo chegou a me pegar pelo pé, mas só levou o chinelo.
Ainda com o coração na goela, o cobrador do ônibus perguntou o que a gente tinha feito, por que o pessoal lá é tão agradável... com cara de susto ainda perguntamos que estátua era aquela. Ele soltou, “Iemanjá, oras. Nossa protetora, madrinha e quem olha por nós!!!” e fez aqueles sinais, beijou um santinho e uma flor...
Sentamos e fomos calados até o hotel. Estava explicado: fazer chifrinho na hora da foto não caiu bem. Não caiu bem mesmo!!!
6 Comentários:
Às 3:22 PM , Anônimo disse...
Ora essa.... simplesmente não dá pra acreditar que um moço tão inteligente como você não soubesse que aquela era Iemanjá!!! Ok, se não for pela inteligência e pela cultura inerente, que seja por uma amiga em comum que tem até uma imagem da pobre coitada em casa.
Não acho tanto que foi um ato impensado como uma vontade extrema de sacanear com os caras. Tá, a estátua é feia e mal acabada, mas queria ver se alguém fizesse um chifrinho num busto do Nietzsche do seu lado!!
Seja lá como for, deve ter sido hilário um cara desse tamanho fugindo de Nativos na praia (momento Gulliver em Liliput) e da mesma forma CÔMICO vê-lo pegar um ônibus desconhecido com um só pé de chinelo.
Pra vc, Armless, um "tks... tks... tks..." e um beeeelo balançar de cabeça!!!
Às 11:35 PM , Burocrata disse...
Realmente, um marmanjo desse tamanho fugindo de meia dúzia de pescador passa fome é demais. O pior de tudo é o caguete de metaleiro: ainda fazendo chifrinho em fotos! hahahah
Às 8:22 AM , Anônimo disse...
Janis: entendo pouco de divindades. Elas sempre me parecem todas muito iguais. E lá eu vou saber que aquela estatuazinha horrorosa era a porra da Iemanjá???? E no busto do Nietzsche, eu mesmo faria o chifrinho!!!
B.: Nunca tive caguete de metaleiro. E meia dúzia de pescador passa fome de cú é rola!!! Queria ver se fosse vc!!! Eu ia sim é virar oferenda se não tivesse vazado a tempo!!!!
Às 9:21 AM , Puta Véia disse...
Hahahaha... acho que o AJ tem sina de encrenqueiro. Em uma única viagem consegue se meter em 2 semi-brigas por causa de santo.
Por acaso vc não tomou nenhuma pinga que você achou na rua, junto de um pote de farinha com pés-de-galinha?
Às 10:43 AM , Anônimo disse...
A pinga eu bebi, a farinha eu cheirei, mas até agora não descobri o que fazer com os pés de galinha... :o)
Meu amigo Elvis diz que pé de galinha é bom em churrasco, com unha: é bom pra palitar os dentes!!!
Às 3:57 PM , Burocrata disse...
Saudoso Elvis, nunca vi ninguém beber daquele jeito, e falo sério!
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