Armless na Terrinha - Notas Turtísticas I
O centro histórico é um horror! Pra uma cidade pretensamente turística, da qual se espera os devidos cuidados, tudo absolutamente decepcionante. Os prédios que deviam ser o carro-chefe não passam de ruínas. As pequenas lojinhas socadas em buracos na parede, todas abespinhadas de entulho. Quinquilharias caríssimas e inutilidades diversas. Não seria diferente a comida. Fotos pra lá e pra cá, e o máximo que se vê são degradações. Fachadas arruinadas. E invariavelmente, igrejinhas, caindo aos pedaços.
Outro horror é a clara mistura de estilos arquitetônicos, em pleno centro “histórico”. A bem da verdade, esse centro não passa de duas ladeiras de paralelepípedos super-estreitas que convergem para o pelourinho; que não passa de uma alameda onde não mais existe o dito cujo. Isso é sabido. O caso é que a atmosfera do lugar é absolutamente o contrário do propalado. Não é possível associar aquele lugar a alegria que se tenta transmitir. Como um lugar que era o centro de punições a escravos e de controle e coação social (obviamente sob os olhos da santa madre igreja) pode transmitir algo de positivo? A sensação é de que bastava olhar para a sarjeta e se poderia ver o sangue descendo, bem como se poderia ver o sangue seco nas frestas do calçamento.
Foi essa a sensação de todo o passeio. Ruínas e opressão.
5 Comentários:
Às 10:04 PM , Puta Véia disse...
Engraçado, mas eu, sabidamente mais pessimista que os 4 cavaleiros deste apocalypse (pq o Sgt. Peppers praticamente não existe mais), não tive uma visão tão triste assim do pelô. Claro que tá tudo na ruina, o turismo é puramente exploratório dos gringos, mas achei muito legal e bonito. Em especial das ladeiras do pelourinho, aquele ar histórico de ruelas Mineiras ou de Paraty (que eu nunca fui mas sempre vi boas fotos e histórias), a visão do horizonte que se tem da descida (pq na verdade o pelourinho é o caminho pra um vale, em que no qual continua a cidade pro lado de lá).
Fiquei 4 dias em Salvador e tive melhores lembranças visuais do que em 4 anos de São Paulo
Às 11:23 AM , Anônimo disse...
Salvador é uma mentira. Pode falar o que quiser de Sâo Paulo, mas é uma cidade autêntica: não tenta e não quer ser hospitaleira, não tenta e não quer ser turística, não tenta e não quer passar uma impressão diferente da que passa. A de que a cidade não está nem aí pra vc e de que vc que se vire pra sobreviver nela. Não há engodo. Mas há um post inteirinho sobre esse assunto. Será as notas sociais. Que é onde eu achei a coisa mais grave. MAs vem o post...
Às 12:19 PM , Puta Véia disse...
Nesse ponto tenho que concordar com vc
Às 3:37 PM , Burocrata disse...
Também concordo com o Armless, SP é uma cidade autentica, uma cidade rápida e REALMENTE multicultural. A Cidade do Mexico por exemplo vc nunca poderia chamar de metropole, ela é sim um grande amontoado, nada além, imaginem se por exemplo Junidai, em termos de oferta de servicos, mentalidade, etc tivesse 20 milhoes de habitantes, pronto, vc ja tem a cidade do Mexico. Eu conheci muito mais sao paulo quando sai de la.
Às 11:25 AM , Anônimo disse...
Li um texto do Mark Twain em que ele fala que vc só descobre o tamanho da sua insignificância quando vai viajar. Viajei muito pouco. Mas felizmente tive tempo de ir sapear o lado B das cidades por onde passei. Não acho Sâo Paulo uma maravilha, ao contrário, tem ficado cada vez mais difícil viver aqui. Mas me pergunto, onde mais poderia viver com as opções de que disponho e uso (principalmente) além daqui. Penso muito sobre isso por que sair ou ficar é uma decisão estratégica importante e requer planejamente para tanto. Mas enfim... nasci aqui. Não deixo de levar isso em conta.
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