Faça-me o Favor!

Não nos responsabilizamos por mudanças súbidas de humor ou apetite, ofenças pessoais ou sentimentos inibidos que aflorem de quem por descuido venha a ler isso aqui. Queremos que tudo se exploda e não queremos explodir juntos. Não estamos aqui para sermos atacados, somos nos que atacamos. Ficamos em cima do muro mesmo, atirando pedra em quem passar em baixo, independente do lado.

sexta-feira, novembro 09, 2007

Saudades da Belle Epoque (flashes da vida moderna)


Cena do quotidiano 1

Ônibus lotado na grande metrópole. Caos, incômodo, cansaço, calor e sofreguidão. De repente, um estridente apito vem tirar o pouco de paz que ainda há entre os passageiros.

Uma jovem senhora aparentemente é a causa do ruído. Precipita-se em direção a um banco, senta-se parcialmente em cima de um passageiro e ainda atinge o ventre dele com sua grande bolsa.

Busca vorazmente seu celular dentro da bolsa, com o frenesi da adolescente que aguarda a ligação do primeiro namorado. Finalmente encontra o aparelho, olha o identificador de chamadas, profere um "Ah..." xôxo, dá de ombros e silencia o bichinho.


Cena do quotidiano 2

Final de tarde nublado ameaçando cair um pé d'água daqueles de parar a cidade. Você corre até o mercado pra comprar carne moída pra janta (e um chocotone também que niguém é de ferro).

Logo na entrada, desiste de pegar uma cestinha quando vê o tamanho da fila de "poucas unidades". Decide correr até a seção de carnes, mas eis que no caminho tromba com um gaúcho "pilotando" um carrinho desenfrado. Você sabe que é um gaúcho porque ele não só está de bombacha como apresenta-se com toda a indumentária característica.

Ao chegar na seção buscada tudo faz sentido. Ao lado do freezer do patinho e do acém você lê, em letras grandes num cartaz colorido: O Gaúcho Tropeiro - tradicional música dos pampas. E logo em seguida escuta a ordem: - Baahh, mulher, venha logo me ajudar a colocar as coisas no carrinho pra sairmos antes do temporal.

As coisas são instrumentos e apetrechos. E você se pergunta o quanto daquilo faz o gaúcho se sentir realizado, e o quanto o mercado lucra com a atração.

3 Comentários:

  • Às 2:26 AM , Anonymous Anônimo disse...

    DEMAIS, JANIS! Num pântano de testosterona, você é uma flor de mulher sensível. Um beijo!

     
  • Às 1:45 PM , Blogger Puta Véia disse...

    De vez em quando eu também encano em reparar nos pequenos momentos... nesses flashes da vida moderna, e vejo o quanto de coisas acontece a nossa volta e graças a percepção seletiva, nem fazemos a mais puta ideia que estejam acontecendo.
    Pensar nesses pequenos detalhes é um bom exemplo de que vc não está se rendendo a vida moderna Janis, do compre/venda/corra, mas que mesmo com toda a correiria que fazemos da nossa vida a gente consiga arrumar um espaço para não sermos tão egoistas, não centrarmos todo o mundo ao redor do nosso umbigo... não ficamos falando o quanto a gente é foda e tal.
    Acho que é a primeira vez que concordo com vc em alguma coisa.

     
  • Às 4:38 PM , Blogger Janis disse...

    Cássia Ela: agradeço o elogio mas deixo claro que a testosterona é um pântano no qual adoro chafurdar... em muitos e variados sentidos.

    PV: vc já concordou outras vezes... mas concordar ou discordar é o que menos importa... se este é um espaço livre, façamos uso da forma que melhor convier, nos momentos certos. Se minha "opinião" de alguma forma te agrada, que bom. Mas nem tudo é pra agradar. E, principalmente, não pense que seus "afagos" vão diminuir meus posts enaltecedores do quanto eu sou (ou John) somos foda... he he he he he...

     

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