Faça-me o Favor!

Não nos responsabilizamos por mudanças súbidas de humor ou apetite, ofenças pessoais ou sentimentos inibidos que aflorem de quem por descuido venha a ler isso aqui. Queremos que tudo se exploda e não queremos explodir juntos. Não estamos aqui para sermos atacados, somos nos que atacamos. Ficamos em cima do muro mesmo, atirando pedra em quem passar em baixo, independente do lado.

segunda-feira, julho 31, 2006

Relatos de minha eeexperience


"You're a new and a better man, He helps you to understand, He does everything he can, Doctor Robert"

É garotada, 1 semana é tempo mais que suficiente pra botar a cabeça no lugar e escrever sobre o assunto. Se bem que colocar a cabeça no lugar, nesse caso, não seria a melhor coisa a fazer. Atendendo à pedidos, My Electronic-Ecstasy-Experience (EEE).
Nunca achei tão bom ficar deitado na grama, ou então simplesmente mexendo meus dedos. Bala é uma negócio impressionante... durante os 50 minutos de expectativa, você acha que não vai ser nada de mais, mas quando vem, derrete. Me senti como uma criança descobrindo o prazer de fazer alguma coisa pela primeira vez, por mais simples que seja... o prazer de dar os primeiros passos, de comer um doce, de tomar um gole de água gelada,... de coisas extremamente simples que a vida stop-go que levamos vai sumindo com o tempo.
Os efeitos psico-químicos interessam pra farmacéuticos, e não pra mim; o importante foi só o resultado. A avalanche de Serotonina me fez sentir coisas que você nunca sonharia que seria possível... o mundo continua exatamente o mesmo, só você que está vendo tudo de um jeito melhor, muito melhor. Tudo parece uma maravilha e você vai atentando para coisas que sempre estiveram lá, mas vc nunca teve tempo ou saco pra parar e admirar: o lago, as arvores, o céu, você mesmo e sua felicidade. Inclusive, em um dos poucos momentos de controle, resolvi testar isso... pensei no trabalho, em tudo que tinha pra fazer na segunda, e disse, foda-se, isso não é importante pra eu ser feliz.
Fiquei durante um 30 minutos no mesmo lugar, fingindo estar dançando, mexendo meus braços, dedos, cabeça, e achando o máximo essa interação com eu mesmo, minha mente e meu corpo focados somente em uma coisa, em ser feliz e mais nada. Não quero ser piegas ou semelhante, mas o lance mudou minha vida, pra melhor. Hoje eu estou me sintindo muito melhor com coisas que antes me desagradavam, pq...? Pq assim como disse momentos atrás, o mundo continua exatamente o mesmo, só eu que estou vendo as coisas de um jeito melhor, muito melhor.
A música eletrônica ajuda em muito o lance. Pq o trance vai levando você por um caminho não previsível, por mais que você ache que é tudo tum-tchi-tum-tchi-tum-tchi. Não é. As pequenas variações que a música vai fazendo te carrega pra um transe animal, aquela crescente vai te deixando cada vez mais louco, e a vibração que as batidas fazem no corpo (pontencializada com a hiper-sensibilidade balistica), tirar a mente do corpo. É como se ao mesmo tempo vc estivesse dentro e fora do corpo, sei lá, um lance muito louco, quase transedental. A dor some... simplesmente some; você pode estar com uma puta dor no pé que de repente teu pé para a ser o foco de todo o teu prazer.
Depois da música, fui relaxar... grama e céu aberto. Sol no ponto e minha mina (de cara, pq ela não curte o lance) do lado. Uma coisa impressionante o quanto senti o momento, cada toque, cada beijo, era como se fosse a melhor coisa do mundo. E eu olhava para o céu, rota de aviões, os passáros voando, aquele céu infinito, finalmente me dei conta do que é ser livre. Senti o que é ser livre talvez pela primeira vez na vida... aquela falta de preocupação com o amanhã, nem com os próximos minutos... tudo que eu queria era que aquele momento fosse eterno, que aquela hora se torna-se como o pano-de-fundo para a minha vida inteira. Não é igual a outras drogas (goró, fumo) que tem horas que você quer que acabe... essa você quase chora quando vê que está passando.
Um negócio que a bala me ensinou foi dar valor as pequenas coisas que desprezamos; como disse anteriormente, me senti como uma criança descobrindo essas coisas que passam despercebidas para nós, crianças mal-crescidas e desgastadas. Redescobri o prazer de ser simples, de não precisar de grandes coisas pra ser feliz, e principalmente, o prazer de ser eu mesmo. Muito gente tem experiência puramente táteis, curtindo somente um dos sentidos, a minha foi muito mais que isso; além de sentir cada centimetro quadrado da minha pele, também vi cada pedaço da minha alma, que sempre esteve em descontinuidade, encontrando seus pontos de contato, fechando esse quebra-cabeça maluco que sou eu. MDMA deveria fazer parte da carteira de vacinação... sendo um pouco sonhador, teriamos um povo muito mais feliz, muito mais criativo e muito mais de bem com sigo mesmo e com os outros.
Foi um dia especial. Um lugar fora de série (esqueci de dizer, foi na repressa Bellings, ou acho, e tinha passei de escuna, ... um barquinho velho, quiado por um velhinho de cara fechada, cercado por futuress junkies, que só abriu a cara quando eu ia descer do barco e falei "obrigado"), minha mina, meus brothers, clima bom. Nada melhor para uma EEE
Dizem que uma imagem vale mais que mil palavras, então toma 2 mil!



http://www.rraurl.com/cena/galerias.php

6 Comentários:

  • Às 11:51 AM , Blogger Burocrata disse...

    Muito loco! Gostei demais, pricipalmente da parte de ser livre, e também de quando diz q mudou sua vida, é pra isso que servem as drogas na minha opinião pra open your mind mesmo! É isso que nos diferencia deste povo tosco, triste, e futil que anda por ai e que pensa que esta certo.

    Só um porém: trance teu cu! O que tava rolando la era elestro e tecno!!!

    A primeira as sensações dominam toda sua atenção, nas próximas a música domina você de forma cruel e implacável!

     
  • Às 12:57 PM , Blogger Puta Véia disse...

    Burocrata continua um ser azedo até quando fala da coisa que mais gosta... espero que a alegria alemã de faça bem.
    Mas levando em consideração a importância social das drogas, fico vendo que geralmente os idiotas que eu conheço são caretas. Preciso averiguar melhor isso para não ser generalista burro

     
  • Às 1:29 PM , Anonymous Anônimo disse...

    Morrer de overdose aos vinte e cinco, expansão da mente com experiências psicodélicas, anacronismos e o erro de Timothy Leary... esticando a filmografia recente, veja Medo & Delírio (Fear And Loathing In Las Vegas) que faz boas críticas do caso.
    Mas é claro que, quem me conhece um pouquinho só, sabe que eu não sou hipócrita e nem virei evangélico. O caso é que a coisa é realmente boa, mas tem um viés perverso: vc troca o anti-depressivo pelo MDMA. Já vi essa história não dar certo em outros tempos, sob óticas diferentes, mas ainda assim, conserva-se um certo mote em comum.
    Be Careful With That Axe, Eugene...

     
  • Às 7:50 PM , Blogger Puta Véia disse...

    Na boa... não quero ficar entrando em discussão sobre os problemas das drogas e afins.
    Neste caso, a droga só desencadeou um lance pessoal muito forte e importante pra mim. Que talvez outras pessoas tenham isso assistindo TV ou comendo um caqui... sei lá, no meu caso sempre foi com o auxilio de "alteradores de percepção" que isso rolou.
    Ser perguntarem, vou continuar falando bem e ponto final. Acho que todo mundo tem que passar por uma experiência dessa pra entender o que é ser alegre com nada (ou pelo menos com uma balinha)

     
  • Às 9:45 PM , Blogger Burocrata disse...

    clap, clap, clap, é isso ai PV, apoiado totalmente!

     
  • Às 11:36 AM , Anonymous Anônimo disse...

    Por isso, ao longo da história da humanidade aconteciam os ritos de passagem. Por isso, ao longo da humanidade, as formas de alterar a percepção sempre aconteceram de uma forma ou de outra. Concordo com boa parte disso.
    Só acho muito triste precisar de alguma coisa, mesmo que seja uma balinha, pra entender o que é ser feliz com nada. Me pergunto, sem valoração ou juízo sobre sua pessoa, que sentimentos te causam os amigos de verdade, uma paisagem familiar, fotos legais e sentimentos banais. Mas isso, é pano pra manga se estende enquanto a cerveja não rola...
    Anyway, sempre bom sentir que se está vivo. Terminou o Campbell?

     

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