Burocracia Mata
Não queria escrever mais uma reflexão depressiva, mas parece que não tem jeito. Mesmo em clima de copa (talvez até por isso), as poucas alegrias comparadas a grande maioria de tristeza me deixa uma merda.
Claro como está, não sou grande amigo do trabalho. Não por simples preguiça ou desleixo, mas pq vejo que isso tira muitas coisas de nossas vidas. Mergulhei em uma maré de desolação que parece não ter fim; os braços continuam batendo, mas não com a mesma vontade de antes, principalmente pq nunca soube pra onde nadar.
A 2 semanas mudei de área/função/cargo/salário no meu emprego, mas o desanimo não foi embora. Deu uma pequena cochilada de 5 dias, mas acordou renovado. A realidade é que realmente incorporei o papel de puta véia, trocando aquilo que julga mais precioso (no caso meu tempo e minha disposição de fazer as coisas) por alguns tostões. Como é difícil ver o tempo se esgueirar para um poço que não tem fundo, principalmente quando não se vê como evitar esse desperdício, já que são estes tostões que mantem minha vie en merde. Estou preso na rotina casa-trabalho-casa-caixão que sempre me aterrorizou… não que isso seria problema se onde eu passa-se a maior parte do tempo, no caso 40% no trabalho, fosse interessante, ou pelo próprio trabalho ou pelas pessoas que me cercam. Ambos são uma merda, logo 40% da minha vida é merda (sem contar as idas ao banheiro).
E toda essa inconformidade puxa mais uma idéia. Quantos como eu vivem uma vida que não querem, presos a um trabalho, ou a família, ou aos dois? Quantos se sentem tão fudidos, sub-aproveitados e irritados como eu? Ou será só passageiro e logo-logo serei só mais um cordeirinho apático, conformado com toda essa ignorância, essa prepotência, esse faço-tudo-que-não-serve-pra-nada, esse estrangerismo perdido em frases s/ nexo ("precisamos melhorar o customer profitability, deixando nosso portfólio de produtos mais flat") essa putaria que é o meio de trabalho, em que só as gostosas com chefe tarados são promovidas ou contratadas a peso de outro.
Na boa, preciso encontrar uma saida logo, antes que a insanidade tome conta de tudo. Cada dia nesse emprego é um dia a menos de vida; um dia perdido para sempre. Sugestões realistas serão bem aceitas… pq as piadinhas já não tem tanta graça assim.
Enquanto isso, continuo levando a cabo a minha aposta no mercado de capitais, pq nada mais democrático e justo que colocar todo seu trabalho e dinheiro em especulação, onde não há como você mentir pra melhorar sua imagem (o teu dinheiro simplesmente cresce ou some e ponto), ninguém pode levar o crédito por você e você não é obrigado a ficar se relacionando com pessoas que você não gosta.
Claro como está, não sou grande amigo do trabalho. Não por simples preguiça ou desleixo, mas pq vejo que isso tira muitas coisas de nossas vidas. Mergulhei em uma maré de desolação que parece não ter fim; os braços continuam batendo, mas não com a mesma vontade de antes, principalmente pq nunca soube pra onde nadar.
A 2 semanas mudei de área/função/cargo/salário no meu emprego, mas o desanimo não foi embora. Deu uma pequena cochilada de 5 dias, mas acordou renovado. A realidade é que realmente incorporei o papel de puta véia, trocando aquilo que julga mais precioso (no caso meu tempo e minha disposição de fazer as coisas) por alguns tostões. Como é difícil ver o tempo se esgueirar para um poço que não tem fundo, principalmente quando não se vê como evitar esse desperdício, já que são estes tostões que mantem minha vie en merde. Estou preso na rotina casa-trabalho-casa-caixão que sempre me aterrorizou… não que isso seria problema se onde eu passa-se a maior parte do tempo, no caso 40% no trabalho, fosse interessante, ou pelo próprio trabalho ou pelas pessoas que me cercam. Ambos são uma merda, logo 40% da minha vida é merda (sem contar as idas ao banheiro).
E toda essa inconformidade puxa mais uma idéia. Quantos como eu vivem uma vida que não querem, presos a um trabalho, ou a família, ou aos dois? Quantos se sentem tão fudidos, sub-aproveitados e irritados como eu? Ou será só passageiro e logo-logo serei só mais um cordeirinho apático, conformado com toda essa ignorância, essa prepotência, esse faço-tudo-que-não-serve-pra-nada, esse estrangerismo perdido em frases s/ nexo ("precisamos melhorar o customer profitability, deixando nosso portfólio de produtos mais flat") essa putaria que é o meio de trabalho, em que só as gostosas com chefe tarados são promovidas ou contratadas a peso de outro.
Na boa, preciso encontrar uma saida logo, antes que a insanidade tome conta de tudo. Cada dia nesse emprego é um dia a menos de vida; um dia perdido para sempre. Sugestões realistas serão bem aceitas… pq as piadinhas já não tem tanta graça assim.
Enquanto isso, continuo levando a cabo a minha aposta no mercado de capitais, pq nada mais democrático e justo que colocar todo seu trabalho e dinheiro em especulação, onde não há como você mentir pra melhorar sua imagem (o teu dinheiro simplesmente cresce ou some e ponto), ninguém pode levar o crédito por você e você não é obrigado a ficar se relacionando com pessoas que você não gosta.
5 Comentários:
Às 1:05 PM , Puta Véia disse...
Nada pessoal, mas tornar-me um Burocrata me deixou mais com um Pé-na-Cova
Às 6:55 PM , Anônimo disse...
Bom... eu pessoalmente acho que mercado financeiro é uma boa forma de se valer da distorção do sistema pra não precisar vivê-lo de corpo e alma. Ainda que óbvio, mas me parece eficaz de alguma forma.
Sem pensar em reflexões estratosféricas ou situações anedóticas, Clube da Luta tem boas considerações... tirando é claro os exageros. Invasões Bárbaras pega mais forte e evita a visão romantizada do viver livre. Dogville trata de valores de outra natureza, mas acima de tudo, te faz pensar na mudança de valores.
Nietzsche sempre é uma boa, mas não sei se é aplicável diretamente na vida da forma como o bigode colocava. De qualquer forma, é aplicável. Domenico De Masi no "Ócio Criativo" faz considerações interessantes sobre a ordem do trabalho e as possibilidades.
Reitero o convite pra cerveja.
Às 9:31 AM , Puta Véia disse...
Boas sugestões, mas nenhuma prática.
Domenico foi um dos culpados, me mostrando que a estrutura atual de trabalho é uma aporrinhação das mais burras possíveis; Tyler Durder também me ajudou a ficar com mais raiva da vidinha normal... isso só contribui pra me deixar mais nervoso, não para encontrar solução.
Mas obrigado pelas palavras e pela cerveja (Quem diria hein, de antigos arqui-inimigos, agora até agradeço pelo convide!!)
Às 3:32 PM , Anônimo disse...
De qualquer forma, vc deveria pensar em usar essa angústia a seu favor... já ouviu dizer que quem enxerga os fios que controlam o fantoche tb consegue chegar ao cara que controla os fios?
A força motriz do ato é muito diversa. Vc usa a que tem disponível em cada tempo da sua vida... ainda assim não é simples esse processo de canalização. Continuo fora do escopo prático. E acho que continuarei assim por muito tempo por que no campo das idéias podemos nos enveredar e debater sem limites. A aplicação e efetivação daquelas reflexões e como vc se relaciona com elas depende de muitas coisas que são bem mais dependentes das suas próprias questões práticas. Aplicável no seu mundo, como e quando é a sua parte da história que foge das possibilidades de qualquer debate. No seu lugar eu faria o que fiz há uns anos, mandei tudo à merda, pedi demissão, arranjei algum boteco pra ganhar uns trocos e arrastar o meu traseiro no mundão sem porteira e fui ver o que eu gostava de fazer. Comprei a briga e ainda colho frutos dessa atitude. Se fosse pra fazer de novo, teria xingado com mais força as pessoas que o mereciam naquela época e teria perdido menos noites de sono pra meter a mão na massa.
Daí são mais umas historinhas... e antes que vc possa imaginar qualquer coisa muito comum por trás desse tipo de história, não, meus pais não têm grana. Ao contrário... sou é um fodido e carreguei muita marmita no Pq. D.Pedro lotado pra usp... e faria tudo de novo.
Já que vc acha que a cerveja rola, sabe muito bem como me encontrar... ou pelo menos tem meios...
Às 8:47 PM , Burocrata disse...
O que é que você quer?
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