20 e poucos anos
Nos últimos tempos entrei em um onda filosófica, querendo saber aquelas besteiras todas de quem sou eu, qual o sentido da vida, sou feliz, etc....essas coisas a grande maioria das pessoas nessa idade perde tempo em fazer. Interessante que a nóia a respeito é tanta que exemplos relativamente simples e bobos culminam em dias e noites de reflexões.
Só que uma em especial vem que incomodando diariamente: o "sou feliz". Responderia de bate-pronto que não, mas só saber a resposta não é muito útil; válido é entender a porque.
Para quem acompanha este blog e perdeu seu tempo analisando um pouco meus textos, deve ter percebido que trabalho não é comigo. Que também não estou cercado por idiotas de marca maior... escravos da vida casa-trabalho-casa, shopping nos finais de semana e viagem para o exterior nas férias.
Eis que aí surgem 2 figuras que estão potencializando essa auto-análise. Epicuro e Jigsaw. Só para dar nome aos bois, Epicuro foi um filósofo grego de A.C e Jigsaw é o vilão do filme Jogos Mortais.
Por incrível que parece, ambos estão me forçando a valorizar a vida. O primeiro pq me apresentou um conceito de felicidade muito simples e muito dispare do meu atual. Epicuro pregrava que somente 3 coisas são importantes para a felicidade: Amigos, Auto-suficiência e Auto-análise. Aí o leitor mais ignorante (e compartilhador da minha "antiga mentalidade" poderia dizer então é só ter dinheiro pra caralho que vc terá amigos, auto-suficiência,.... e a auto-análise eu pago um psicanalista. Além disso poderia comprar minha Ferrari, meter com putas de luxo ou atrizes pornôs e viajar ao redor do mundo. Tenho que concordar que essa visão é muito tentadora, mas praticamente impossível de se alcançar e não é sustentável. Esse tipo de felicidade temporária existe somente para preencher a lacuna de uma das 3 felicidade que, por alguma razão, não temos. Todos adoramos comprar coisas novas, mas isso é decorrente de uma falta de conhecimento ou da necessidade de sermos alguém diferente para os outros. Quando criança, sempre fui muito básico... não precisava de roupas bonitas e caras, pq eu dava importância para isso. Hoje, tenho sim que frequentar shoppings para preencher meu guarda-roupa, pq no meio que convivo, isso é importante.
Sem fugir muito do assunto agora é a vez do sádico Jigsaw. Para quem não viu o filme (só para constar, eu também não vi... vi a primeira cena e desisti), o vilão prepara armadilhas mortais para pessoas que ele coloca no jogo. E ele escolhe as pessoas que, para ele, não valorizam a sua própria vida e não são dignas nem do corpo que possuem. Por isso em seus joguinhos, em alguns casos a principio a solução é bem simples... basta multiar um pedaço do seu corpo para conseguir a chave que vai salvar sua vida (como a cena que me referi, uma pessoa está com uma espécie de Iron Maiden só da cabeça e a chave para destravá-la fui implantada cirurgicamente pelo vilão atrás do olho da vítima, que só tem um bisturi para resolver o que fazer). A aflição que essa cena me gera ainda me perturba, mas muito mais pq eu não teria solução para o problema. Não teria coragem de arrarcar meu olho pra salvar minha vida, mesmo que, como diria meu amigo burocrata, "se não fizer isso o resultado será bem pior".
O que tudo isso tem a ver é que a saida que encontro para não entrar em nenhum jogo é que eu tenho que valorizar a minha vida e ser feliz. Coisas que ultimamente não tenho feito muito bem. Coisas que na verdade, não vejo muita gente fazendo.
O ambiente que vivo seria um prato cheio para Jigsaw e vazio para Epicuro. Mas assim como me faltaria coragem de arrancar um olho, me falta para mudar de ambiente.
Só que uma em especial vem que incomodando diariamente: o "sou feliz". Responderia de bate-pronto que não, mas só saber a resposta não é muito útil; válido é entender a porque.
Para quem acompanha este blog e perdeu seu tempo analisando um pouco meus textos, deve ter percebido que trabalho não é comigo. Que também não estou cercado por idiotas de marca maior... escravos da vida casa-trabalho-casa, shopping nos finais de semana e viagem para o exterior nas férias.
Eis que aí surgem 2 figuras que estão potencializando essa auto-análise. Epicuro e Jigsaw. Só para dar nome aos bois, Epicuro foi um filósofo grego de A.C e Jigsaw é o vilão do filme Jogos Mortais.
Por incrível que parece, ambos estão me forçando a valorizar a vida. O primeiro pq me apresentou um conceito de felicidade muito simples e muito dispare do meu atual. Epicuro pregrava que somente 3 coisas são importantes para a felicidade: Amigos, Auto-suficiência e Auto-análise. Aí o leitor mais ignorante (e compartilhador da minha "antiga mentalidade" poderia dizer então é só ter dinheiro pra caralho que vc terá amigos, auto-suficiência,.... e a auto-análise eu pago um psicanalista. Além disso poderia comprar minha Ferrari, meter com putas de luxo ou atrizes pornôs e viajar ao redor do mundo. Tenho que concordar que essa visão é muito tentadora, mas praticamente impossível de se alcançar e não é sustentável. Esse tipo de felicidade temporária existe somente para preencher a lacuna de uma das 3 felicidade que, por alguma razão, não temos. Todos adoramos comprar coisas novas, mas isso é decorrente de uma falta de conhecimento ou da necessidade de sermos alguém diferente para os outros. Quando criança, sempre fui muito básico... não precisava de roupas bonitas e caras, pq eu dava importância para isso. Hoje, tenho sim que frequentar shoppings para preencher meu guarda-roupa, pq no meio que convivo, isso é importante.
Sem fugir muito do assunto agora é a vez do sádico Jigsaw. Para quem não viu o filme (só para constar, eu também não vi... vi a primeira cena e desisti), o vilão prepara armadilhas mortais para pessoas que ele coloca no jogo. E ele escolhe as pessoas que, para ele, não valorizam a sua própria vida e não são dignas nem do corpo que possuem. Por isso em seus joguinhos, em alguns casos a principio a solução é bem simples... basta multiar um pedaço do seu corpo para conseguir a chave que vai salvar sua vida (como a cena que me referi, uma pessoa está com uma espécie de Iron Maiden só da cabeça e a chave para destravá-la fui implantada cirurgicamente pelo vilão atrás do olho da vítima, que só tem um bisturi para resolver o que fazer). A aflição que essa cena me gera ainda me perturba, mas muito mais pq eu não teria solução para o problema. Não teria coragem de arrarcar meu olho pra salvar minha vida, mesmo que, como diria meu amigo burocrata, "se não fizer isso o resultado será bem pior".
O que tudo isso tem a ver é que a saida que encontro para não entrar em nenhum jogo é que eu tenho que valorizar a minha vida e ser feliz. Coisas que ultimamente não tenho feito muito bem. Coisas que na verdade, não vejo muita gente fazendo.
O ambiente que vivo seria um prato cheio para Jigsaw e vazio para Epicuro. Mas assim como me faltaria coragem de arrancar um olho, me falta para mudar de ambiente.
8 Comentários:
Às 1:39 PM , Burocrata disse...
...mas o resultado pode ser bem pior.
Às 2:34 PM , Anônimo disse...
PV... quando podemos, enfim, tomar uma cerveja e eliminar as rusgas? Ao contrário do que mentes fracas possam dizer, o resultado não será bem pior. Pior para o resto do mundo... mas estando bom pra vc, fodam-se!!!
Refletir só é perda de tempo pra quem não tem coragem de fazê-lo, e sabemos muito bem quanto o mundo anda empastelado de gente assim. A grande merda da coisa é que acordar é como aprender a ler. Tente não ler uma palavra... vc não consegue. Refletir é aprender a ler; uma vez que se entende como são as coisas, não há regresso, pois como vc, não me lembro do tempo em que eu não sabia ler.
Saídas: fazer de conta que não é com vc e continuar a levar essa vida resmunguenta ou, tomar coragem e acreditar em alguma coisa, ainda que seja em vc mesmo. Inevitável solidão por uns tempos; mundo menos populoso após isso, por dois caminhos: as pessoas não estarão mais ao seu lado (pelo menos não tantas como antes) e o mundo será bem maior.
Doloroso. Mas assim, não se morre um pouco a cada dia até uma existência estúpida e copiosa. Vc morre de uma vez, mas renasce, em outro lugar, vendo as coisas de outro jeito. E vc não tem mais como pertencer a essa coisa toda que antes te enojava, mas agora, não tem mais significado.
Em outros tempos eu diria "Welcome To My Nightmare". Hoje eu digo, senta aí, pede uma gelada e aprecia a vista...
Às 7:03 PM , Puta Véia disse...
Não estou acostumado à falta de discórdia
Às 7:50 PM , Burocrata disse...
PV, o cara não fala isso da boca pra fora, isso eu sei. Agora a decisão é sua.
Às 9:37 AM , Anônimo disse...
Sabe, B., já me disseram que o que assusta em mim é que eu realmente acredito nas coisas que falo... e olha que quem disse isso tinha suporte para tanto.
Longe de contemporizar, PV, mas quem já passou pelo "surto de realismo" sabe quanto fica esparso o contato humano no mundo depois disso. Não sou e nem quero ser um Virgílio no Inferno de Dante; e cada um sabe quanto lhe custa ser o que é e apostar nisso. Como disse lá em cima, não há mais do que relaxar e apreciar a vista. História eu tenho um monte, por que no final das contas, os amigos se embrenham nas suas vidas, os filhos se casam, o amor se vai, a grana não faz mais diferença e vc vai saber quanto de fato viveu pelo tanto de histórias que vc tem pra contar.
Entender o por que da briga é complicado; comprá-la, um tanto mais; levá-la adiante e se ver em situações em que ninguém vai poder fazer nada por vc (ou compreender) é onde a porca torce o rabo.
Ainda assim, é o seu na reta...
Às 8:20 PM , Puta Véia disse...
Caros amigos.
Nunca desejei brigar com ninguém, simplesmente aconteceu por mal interpretações de ambas as partes.
Concordo com AJ no que tange a máxima de relaxe e aprecie a vista, mas meu evil-me me força a detestar tudo.
Talvez eu cresça e deixe de ser assim. Talvez eu cresça e aparece.
PS: Que fique claro de uma vez por todas que briga é coisa de imbecil, discussão é que é coisa de intelectual
Às 5:14 AM , Anônimo disse...
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Às 2:47 PM , Anônimo disse...
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