Faça-me o Favor!

Não nos responsabilizamos por mudanças súbidas de humor ou apetite, ofenças pessoais ou sentimentos inibidos que aflorem de quem por descuido venha a ler isso aqui. Queremos que tudo se exploda e não queremos explodir juntos. Não estamos aqui para sermos atacados, somos nos que atacamos. Ficamos em cima do muro mesmo, atirando pedra em quem passar em baixo, independente do lado.

quarta-feira, maio 31, 2006

20 e poucos anos

Nos últimos tempos entrei em um onda filosófica, querendo saber aquelas besteiras todas de quem sou eu, qual o sentido da vida, sou feliz, etc....essas coisas a grande maioria das pessoas nessa idade perde tempo em fazer. Interessante que a nóia a respeito é tanta que exemplos relativamente simples e bobos culminam em dias e noites de reflexões.
Só que uma em especial vem que incomodando diariamente: o "sou feliz". Responderia de bate-pronto que não, mas só saber a resposta não é muito útil; válido é entender a porque.
Para quem acompanha este blog e perdeu seu tempo analisando um pouco meus textos, deve ter percebido que trabalho não é comigo. Que também não estou cercado por idiotas de marca maior... escravos da vida casa-trabalho-casa, shopping nos finais de semana e viagem para o exterior nas férias.
Eis que aí surgem 2 figuras que estão potencializando essa auto-análise. Epicuro e Jigsaw. Só para dar nome aos bois, Epicuro foi um filósofo grego de A.C e Jigsaw é o vilão do filme Jogos Mortais.
Por incrível que parece, ambos estão me forçando a valorizar a vida. O primeiro pq me apresentou um conceito de felicidade muito simples e muito dispare do meu atual. Epicuro pregrava que somente 3 coisas são importantes para a felicidade: Amigos, Auto-suficiência e Auto-análise. Aí o leitor mais ignorante (e compartilhador da minha "antiga mentalidade" poderia dizer então é só ter dinheiro pra caralho que vc terá amigos, auto-suficiência,.... e a auto-análise eu pago um psicanalista. Além disso poderia comprar minha Ferrari, meter com putas de luxo ou atrizes pornôs e viajar ao redor do mundo. Tenho que concordar que essa visão é muito tentadora, mas praticamente impossível de se alcançar e não é sustentável. Esse tipo de felicidade temporária existe somente para preencher a lacuna de uma das 3 felicidade que, por alguma razão, não temos. Todos adoramos comprar coisas novas, mas isso é decorrente de uma falta de conhecimento ou da necessidade de sermos alguém diferente para os outros. Quando criança, sempre fui muito básico... não precisava de roupas bonitas e caras, pq eu dava importância para isso. Hoje, tenho sim que frequentar shoppings para preencher meu guarda-roupa, pq no meio que convivo, isso é importante.
Sem fugir muito do assunto agora é a vez do sádico Jigsaw. Para quem não viu o filme (só para constar, eu também não vi... vi a primeira cena e desisti), o vilão prepara armadilhas mortais para pessoas que ele coloca no jogo. E ele escolhe as pessoas que, para ele, não valorizam a sua própria vida e não são dignas nem do corpo que possuem. Por isso em seus joguinhos, em alguns casos a principio a solução é bem simples... basta multiar um pedaço do seu corpo para conseguir a chave que vai salvar sua vida (como a cena que me referi, uma pessoa está com uma espécie de Iron Maiden só da cabeça e a chave para destravá-la fui implantada cirurgicamente pelo vilão atrás do olho da vítima, que só tem um bisturi para resolver o que fazer). A aflição que essa cena me gera ainda me perturba, mas muito mais pq eu não teria solução para o problema. Não teria coragem de arrarcar meu olho pra salvar minha vida, mesmo que, como diria meu amigo burocrata, "se não fizer isso o resultado será bem pior".
O que tudo isso tem a ver é que a saida que encontro para não entrar em nenhum jogo é que eu tenho que valorizar a minha vida e ser feliz. Coisas que ultimamente não tenho feito muito bem. Coisas que na verdade, não vejo muita gente fazendo.
O ambiente que vivo seria um prato cheio para Jigsaw e vazio para Epicuro. Mas assim como me faltaria coragem de arrancar um olho, me falta para mudar de ambiente.

8 Comentários:

  • Às 1:39 PM , Blogger Burocrata disse...

    ...mas o resultado pode ser bem pior.

     
  • Às 2:34 PM , Anonymous Anônimo disse...

    PV... quando podemos, enfim, tomar uma cerveja e eliminar as rusgas? Ao contrário do que mentes fracas possam dizer, o resultado não será bem pior. Pior para o resto do mundo... mas estando bom pra vc, fodam-se!!!
    Refletir só é perda de tempo pra quem não tem coragem de fazê-lo, e sabemos muito bem quanto o mundo anda empastelado de gente assim. A grande merda da coisa é que acordar é como aprender a ler. Tente não ler uma palavra... vc não consegue. Refletir é aprender a ler; uma vez que se entende como são as coisas, não há regresso, pois como vc, não me lembro do tempo em que eu não sabia ler.
    Saídas: fazer de conta que não é com vc e continuar a levar essa vida resmunguenta ou, tomar coragem e acreditar em alguma coisa, ainda que seja em vc mesmo. Inevitável solidão por uns tempos; mundo menos populoso após isso, por dois caminhos: as pessoas não estarão mais ao seu lado (pelo menos não tantas como antes) e o mundo será bem maior.
    Doloroso. Mas assim, não se morre um pouco a cada dia até uma existência estúpida e copiosa. Vc morre de uma vez, mas renasce, em outro lugar, vendo as coisas de outro jeito. E vc não tem mais como pertencer a essa coisa toda que antes te enojava, mas agora, não tem mais significado.
    Em outros tempos eu diria "Welcome To My Nightmare". Hoje eu digo, senta aí, pede uma gelada e aprecia a vista...

     
  • Às 7:03 PM , Blogger Puta Véia disse...

    Não estou acostumado à falta de discórdia

     
  • Às 7:50 PM , Blogger Burocrata disse...

    PV, o cara não fala isso da boca pra fora, isso eu sei. Agora a decisão é sua.

     
  • Às 9:37 AM , Anonymous Anônimo disse...

    Sabe, B., já me disseram que o que assusta em mim é que eu realmente acredito nas coisas que falo... e olha que quem disse isso tinha suporte para tanto.
    Longe de contemporizar, PV, mas quem já passou pelo "surto de realismo" sabe quanto fica esparso o contato humano no mundo depois disso. Não sou e nem quero ser um Virgílio no Inferno de Dante; e cada um sabe quanto lhe custa ser o que é e apostar nisso. Como disse lá em cima, não há mais do que relaxar e apreciar a vista. História eu tenho um monte, por que no final das contas, os amigos se embrenham nas suas vidas, os filhos se casam, o amor se vai, a grana não faz mais diferença e vc vai saber quanto de fato viveu pelo tanto de histórias que vc tem pra contar.
    Entender o por que da briga é complicado; comprá-la, um tanto mais; levá-la adiante e se ver em situações em que ninguém vai poder fazer nada por vc (ou compreender) é onde a porca torce o rabo.
    Ainda assim, é o seu na reta...

     
  • Às 8:20 PM , Blogger Puta Véia disse...

    Caros amigos.
    Nunca desejei brigar com ninguém, simplesmente aconteceu por mal interpretações de ambas as partes.
    Concordo com AJ no que tange a máxima de relaxe e aprecie a vista, mas meu evil-me me força a detestar tudo.
    Talvez eu cresça e deixe de ser assim. Talvez eu cresça e aparece.

    PS: Que fique claro de uma vez por todas que briga é coisa de imbecil, discussão é que é coisa de intelectual

     
  • Às 5:14 AM , Anonymous Anônimo disse...

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