Dissonâncias e desconfortos
A associação de elementos bastante simples é capaz de criar complexidade crescente e organizada. Uma nota musical é uma nota; duas notas são um intervalo e três, um acorde. Não é uma demonstração cabal da minha premissa, mas é cabível pro que vem a seguir.
Parta-se então de elementos bem mais complexos e junte-os. Temos os ditos “ambientes”. Se a relação com um indivíduo em separado é complicado, que dirá um ambiente social, certo? Errado. Os bandos tendem a ter comportamentos bem mais previsíveis. Assim, há uma certa estabilização e saindo de um nível de organização mais elementar, há maior sucesso do grupo. Pense numa célula sozinha e num órgão, a regulação mútua do órgão corre numa faixa bem mais estreita do que a célula sozinha.
Pois se tomamos indivíduos, e vamos direto para seres humanos, isso se aplica de uma forma não tão clara. Componentes do grupo que não estão ajustados à dinâmica peculiar do grupo tendem a não fazer parte do mesmo por diversos mecanismos eficientes e aprimorados na evolução do comportamento social.
Onde isso vai parar? Por diversos motivos há necessidade ou desejo de se estar num determinado grupo. E a cada ação dos indivíduos, há respostas do grupo que, de formas muitas vezes absolutamente não diretas, excluem ou exaltam a manifestação do elemento. Não se pode ter a ingenuidade de achar que isso é algo cristalino e aberto. Ao contrário; muitas vezes esse movimento é, de ambas as partes, sutil. E perante certas insistências, as assunções, antes tácitas, passam a ser manifestações muitas vezes agressivas de repúdio ao ambiente e vice-versa. E essas manifestações podem ir de brincadeiras desagradáveis, palavras ríspidas, banhos de cerveja a blogs, terapeutas, sumiços e traições.
Assim, a linha que separa a hipocrisia da identidade social torna-se tão tênue que os isolamentos acabam sendo vistos sociopatias, quando na realidade são manifestações de expressão da individualidade; os sorrisos amarelos, sobrevivência e a verdade seca e dura, truculência e desajuste.
É verdade que a terra é mais árida pr’aqueles cujos gostos e necessidades são menos triviais ou pessoais. Mas jamais se caminha absolutamente sozinho. Há gente desgarrada pra todo lado e de todo jeito. Mas antes de mais nada, antes de ter coragem de romper, antes de ter coragem de transgredir, tem que se ter coragem de refletir seriamente sobre quem realmente se é. A auto-crítica abrandada só alimenta demônios e reforça contrariedades. Seja lá o que for, sejas aquilo que és de fato, ainda que um acorde estranho que só a dodecafonia explique.
Parta-se então de elementos bem mais complexos e junte-os. Temos os ditos “ambientes”. Se a relação com um indivíduo em separado é complicado, que dirá um ambiente social, certo? Errado. Os bandos tendem a ter comportamentos bem mais previsíveis. Assim, há uma certa estabilização e saindo de um nível de organização mais elementar, há maior sucesso do grupo. Pense numa célula sozinha e num órgão, a regulação mútua do órgão corre numa faixa bem mais estreita do que a célula sozinha.
Pois se tomamos indivíduos, e vamos direto para seres humanos, isso se aplica de uma forma não tão clara. Componentes do grupo que não estão ajustados à dinâmica peculiar do grupo tendem a não fazer parte do mesmo por diversos mecanismos eficientes e aprimorados na evolução do comportamento social.
Onde isso vai parar? Por diversos motivos há necessidade ou desejo de se estar num determinado grupo. E a cada ação dos indivíduos, há respostas do grupo que, de formas muitas vezes absolutamente não diretas, excluem ou exaltam a manifestação do elemento. Não se pode ter a ingenuidade de achar que isso é algo cristalino e aberto. Ao contrário; muitas vezes esse movimento é, de ambas as partes, sutil. E perante certas insistências, as assunções, antes tácitas, passam a ser manifestações muitas vezes agressivas de repúdio ao ambiente e vice-versa. E essas manifestações podem ir de brincadeiras desagradáveis, palavras ríspidas, banhos de cerveja a blogs, terapeutas, sumiços e traições.
Assim, a linha que separa a hipocrisia da identidade social torna-se tão tênue que os isolamentos acabam sendo vistos sociopatias, quando na realidade são manifestações de expressão da individualidade; os sorrisos amarelos, sobrevivência e a verdade seca e dura, truculência e desajuste.
É verdade que a terra é mais árida pr’aqueles cujos gostos e necessidades são menos triviais ou pessoais. Mas jamais se caminha absolutamente sozinho. Há gente desgarrada pra todo lado e de todo jeito. Mas antes de mais nada, antes de ter coragem de romper, antes de ter coragem de transgredir, tem que se ter coragem de refletir seriamente sobre quem realmente se é. A auto-crítica abrandada só alimenta demônios e reforça contrariedades. Seja lá o que for, sejas aquilo que és de fato, ainda que um acorde estranho que só a dodecafonia explique.
4 Comentários:
Às 8:39 AM , Anônimo disse...
Seja você – Paralamas
Vai sempre ter alguém
Com mais dinheiro, mais respeito
Mais ou menos tudo o que se pode ter
Vai sempre sobrar, faltar
Alguma coisa, somos imperfeitos
E o que falta cega p'ro que já se tem
Eu não te completo
Você não me basta
Mas é lindo o gesto de se oferecer
O que eu quero nem sempre eu preciso
Mas dê um sorriso quando me entender
Seja você
Seja só você
Às 10:59 AM , Puta Véia disse...
Este caso é mais uma tipo de fenótipo social, em que o meio, ditando as regras de comportamento, transforma o sujeito em um membro do grupo, e não é um ser individual.
O "Grupo", na grande maioria das vezes, tem uma atuação maléfica a si mesmo e aos outros. A opinião pública é burra, parafraseando um Petista horas antes da votação de sua cassação (que por coincidência não ocorreu):
"A opinião pública condenou Jesus Cristo e apoiou Hitler antes da 2ª guerra".
Às 11:14 AM , Anônimo disse...
Jesus Cristo era um agitador político que se foi tarde demais e teve junto de si meia dúzia de embasbacados que compraram os delírios dele; Hitler teve a faca e o queijo na mão, mas se deixou levar por surtos megalômanos e errou a mão achando que era Jesus Cristo.
Mas antes de descer o reio na PV, quero me certificar sobre o que efetivamente ela quis dizer com "Este caso é mais uma (sic) tipo de fenótipo social". Ainda que eu não ache a opinião pública burra, mas sim, bem manipulada, me ponho a pensar nos fios que sustentam os marionetes. Alguém os controla... mas vamos ver o que vem de lá primeiro...
Às 6:07 PM , Anônimo disse...
Não se manifestou...
Não o tenho que rebater.
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