Sindrome de Peter Pan
Quando assisti O Corvo no auge dos meus 15 anos, fiquei marcado por uma frase; talvez a única que preste no filme que marcou a morte do filho do Bruce Lee, e talvez a única que tenha realmente me marcado. "Nós deixamos de ser criança quando descobrimos que vamos morrer".
Pois bem, por mais que isso tenha me marcado a 10 anos atrás, somente agora que acreditei nessa verdade. Durante muitos anos encobri meu medo da morte de tal forma que tomava isso como mentira; talvez um pouco potencializado pela educação de desenhos animados que tive, onde isso não existe (considerando somente as décadas de 80 e 90).
Mas agora, nessa onda de choques de realidade que venho tendo, descobri que um dia irei morrer. Nada trágico, somente isso e ponto.
Mas eu tudo que quero viver, tudo que quis viver (algumas coisas de infância e adolescência que não voltam mais)? E confronto com o que estou vivendo... um presente que meu passado não sonhava, um futuro que meu presente não aceita. Um pouco de choro com a barriga cheia sim, mas fui moldado em um mundo em que a vida alheia é tão sua quando da própria pessoa. Revistas de famosos, filmes de super-heróis, jogos de video-game que simulam cada vez mais a realidade. Não há pq querer uma vida própria se a vida alheia lhe sacia.
Cresci na sociedade do video-clip, na qual os grande rappers cantam rodeadas por super-gostosas dançarinas, dirigem carros extra-caros e customizados.
Tudo besteira. Um dia tudo acaba. O importante da vida é aproveitar o máximo possível, sem se privar de prazeres mundados, pq um dia isso tudo acaba. Antes que acabe de repende, sem que vc tenha a change de repensar tudo que não fez... tudo que queria ter feito e não fez. Nada pior que a sensação de importência sobre o tempo e principalmente, sobre a própria falta de vontade passada. Sobre isso não há o que remediar, somente tentar ao máximo reviver aquilo que ficou perdido no buraco negro do tempo.
Quando criança acreditava que inventaria a máquina do tempo, para consertar todos os meus erros do passado, para voltar e fazer a aposta vencedora da Loto (pq naquela época não era Mega-Sena ainda) e principamente, para não me preocupar os os erros futuros que poderia vir a cometer; bastava um aperto de botão que o tempo voltava e poderia não errar novamente. Mas o tempo foi passando e a falta da máquina do tempo me fez ficar cada vez mais cuidadoso para evitar erros, erros que renderam muitas horas de psicologos, tímidez e o medo do ridículo.
Minha solução na época foi o video-game. Um mundo paralelo em que existem restarts, continues e cheats. Sempre fui bom nisso, muito bom mesmo... criando no adulto que escreve agora um bom raciocínio lógico, ótima percepção espacial e grandes buracos de personalidade. Hoje me toquei que a vida não tem restart, que se vc errou, errou.... e o pior, se vc deixou pra lá, dificilmente terá como conseguir o que ficou pra trás.
Hoje sou só mais um com síndrome de Peter Pan, que odeia o mundo adulto e busca desesperadamente cobrir as lacunas da infância. Sou velho para começar a realizar alguns sonhos de infância (rock star, jogador de futebol, astronauta) e por enquanto o único sonhos de adultos que tenho é material... tudo que faço resume-se a dinheiro, ganhar dinheiro; me afogando em contas e trabalho, deixando de lado o pouco tempo de tenho para reviver aquilo que não fiz. O que não fiz continua não feito, esperando um pouco de dedicação e coragem para ser realizado.
Pois bem, por mais que isso tenha me marcado a 10 anos atrás, somente agora que acreditei nessa verdade. Durante muitos anos encobri meu medo da morte de tal forma que tomava isso como mentira; talvez um pouco potencializado pela educação de desenhos animados que tive, onde isso não existe (considerando somente as décadas de 80 e 90).
Mas agora, nessa onda de choques de realidade que venho tendo, descobri que um dia irei morrer. Nada trágico, somente isso e ponto.
Mas eu tudo que quero viver, tudo que quis viver (algumas coisas de infância e adolescência que não voltam mais)? E confronto com o que estou vivendo... um presente que meu passado não sonhava, um futuro que meu presente não aceita. Um pouco de choro com a barriga cheia sim, mas fui moldado em um mundo em que a vida alheia é tão sua quando da própria pessoa. Revistas de famosos, filmes de super-heróis, jogos de video-game que simulam cada vez mais a realidade. Não há pq querer uma vida própria se a vida alheia lhe sacia.
Cresci na sociedade do video-clip, na qual os grande rappers cantam rodeadas por super-gostosas dançarinas, dirigem carros extra-caros e customizados.
Tudo besteira. Um dia tudo acaba. O importante da vida é aproveitar o máximo possível, sem se privar de prazeres mundados, pq um dia isso tudo acaba. Antes que acabe de repende, sem que vc tenha a change de repensar tudo que não fez... tudo que queria ter feito e não fez. Nada pior que a sensação de importência sobre o tempo e principalmente, sobre a própria falta de vontade passada. Sobre isso não há o que remediar, somente tentar ao máximo reviver aquilo que ficou perdido no buraco negro do tempo.
Quando criança acreditava que inventaria a máquina do tempo, para consertar todos os meus erros do passado, para voltar e fazer a aposta vencedora da Loto (pq naquela época não era Mega-Sena ainda) e principamente, para não me preocupar os os erros futuros que poderia vir a cometer; bastava um aperto de botão que o tempo voltava e poderia não errar novamente. Mas o tempo foi passando e a falta da máquina do tempo me fez ficar cada vez mais cuidadoso para evitar erros, erros que renderam muitas horas de psicologos, tímidez e o medo do ridículo.
Minha solução na época foi o video-game. Um mundo paralelo em que existem restarts, continues e cheats. Sempre fui bom nisso, muito bom mesmo... criando no adulto que escreve agora um bom raciocínio lógico, ótima percepção espacial e grandes buracos de personalidade. Hoje me toquei que a vida não tem restart, que se vc errou, errou.... e o pior, se vc deixou pra lá, dificilmente terá como conseguir o que ficou pra trás.
Hoje sou só mais um com síndrome de Peter Pan, que odeia o mundo adulto e busca desesperadamente cobrir as lacunas da infância. Sou velho para começar a realizar alguns sonhos de infância (rock star, jogador de futebol, astronauta) e por enquanto o único sonhos de adultos que tenho é material... tudo que faço resume-se a dinheiro, ganhar dinheiro; me afogando em contas e trabalho, deixando de lado o pouco tempo de tenho para reviver aquilo que não fiz. O que não fiz continua não feito, esperando um pouco de dedicação e coragem para ser realizado.
3 Comentários:
Às 8:10 AM , Anônimo disse...
As histórias da vida são estranhas. Vc pode fazer retrospectos muito atenciosos da sua história e dificilmente vai encontrar um claro ponto de divergência ou inflexão que te fizeram deixar de ser como era. Há momentos que podem ser emblemáticos, mas necessariamente não foram eles que fizeram as coisas acontecer, mas sim foram a expressão de algo que estava sendo incubado em vc. Isso é muito foda, por que nunca ficam claros os verdadeiros motivos que te levaram a tomar determinadas decisões. Por outro lado, o contexto é importante. Vc já pensou na sua criação, no seu mundo e não somente na forma como vc o via? Talvez isso dê pistas sobre como e porque as coisas estão como estão e o que te levou a isso.
Mas acima de tudo, vc é novo o suficiente pra poder ter o mundo que quiser pra si. A coragem... bem, sempre lembro do Indiana Jones (só citando alguma coisa da nossa adolescência) naquela ponte sobre o abismo, na busca do graal. A fé é, e deve ser, somente em vc, e em nenhum outro lugar. Ponto final. Daí decorre...
PS: Reitero a cerveja...
Às 11:12 PM , Burocrata disse...
A diferença que eu tenho de vocês é que eu não tenho problema com o mundo do lado de fora, tenho problema com o mundo do lado de dentro. Desisti de achar que o mundo tem de pensar e levar a vida do jeito que eu acho melhor, não to nem ai pra isso, sou egoísta demais pra me preocupar com isso.
Às 2:47 PM , Anônimo disse...
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