Relatos de minha eeexperience
"You're a new and a better man, He helps you to understand, He does everything he can, Doctor Robert"
É garotada, 1 semana é tempo mais que suficiente pra botar a cabeça no lugar e escrever sobre o assunto. Se bem que colocar a cabeça no lugar, nesse caso, não seria a melhor coisa a fazer. Atendendo à pedidos, My Electronic-Ecstasy-Experience (EEE).
Nunca achei tão bom ficar deitado na grama, ou então simplesmente mexendo meus dedos. Bala é uma negócio impressionante... durante os 50 minutos de expectativa, você acha que não vai ser nada de mais, mas quando vem, derrete. Me senti como uma criança descobrindo o prazer de fazer alguma coisa pela primeira vez, por mais simples que seja... o prazer de dar os primeiros passos, de comer um doce, de tomar um gole de água gelada,... de coisas extremamente simples que a vida stop-go que levamos vai sumindo com o tempo.
Os efeitos psico-químicos interessam pra farmacéuticos, e não pra mim; o importante foi só o resultado. A avalanche de Serotonina me fez sentir coisas que você nunca sonharia que seria possível... o mundo continua exatamente o mesmo, só você que está vendo tudo de um jeito melhor, muito melhor. Tudo parece uma maravilha e você vai atentando para coisas que sempre estiveram lá, mas vc nunca teve tempo ou saco pra parar e admirar: o lago, as arvores, o céu, você mesmo e sua felicidade. Inclusive, em um dos poucos momentos de controle, resolvi testar isso... pensei no trabalho, em tudo que tinha pra fazer na segunda, e disse, foda-se, isso não é importante pra eu ser feliz.
Fiquei durante um 30 minutos no mesmo lugar, fingindo estar dançando, mexendo meus braços, dedos, cabeça, e achando o máximo essa interação com eu mesmo, minha mente e meu corpo focados somente em uma coisa, em ser feliz e mais nada. Não quero ser piegas ou semelhante, mas o lance mudou minha vida, pra melhor. Hoje eu estou me sintindo muito melhor com coisas que antes me desagradavam, pq...? Pq assim como disse momentos atrás, o mundo continua exatamente o mesmo, só eu que estou vendo as coisas de um jeito melhor, muito melhor.
A música eletrônica ajuda em muito o lance. Pq o trance vai levando você por um caminho não previsível, por mais que você ache que é tudo tum-tchi-tum-tchi-tum-tchi. Não é. As pequenas variações que a música vai fazendo te carrega pra um transe animal, aquela crescente vai te deixando cada vez mais louco, e a vibração que as batidas fazem no corpo (pontencializada com a hiper-sensibilidade balistica), tirar a mente do corpo. É como se ao mesmo tempo vc estivesse dentro e fora do corpo, sei lá, um lance muito louco, quase transedental. A dor some... simplesmente some; você pode estar com uma puta dor no pé que de repente teu pé para a ser o foco de todo o teu prazer.
Depois da música, fui relaxar... grama e céu aberto. Sol no ponto e minha mina (de cara, pq ela não curte o lance) do lado. Uma coisa impressionante o quanto senti o momento, cada toque, cada beijo, era como se fosse a melhor coisa do mundo. E eu olhava para o céu, rota de aviões, os passáros voando, aquele céu infinito, finalmente me dei conta do que é ser livre. Senti o que é ser livre talvez pela primeira vez na vida... aquela falta de preocupação com o amanhã, nem com os próximos minutos... tudo que eu queria era que aquele momento fosse eterno, que aquela hora se torna-se como o pano-de-fundo para a minha vida inteira. Não é igual a outras drogas (goró, fumo) que tem horas que você quer que acabe... essa você quase chora quando vê que está passando.
Um negócio que a bala me ensinou foi dar valor as pequenas coisas que desprezamos; como disse anteriormente, me senti como uma criança descobrindo essas coisas que passam despercebidas para nós, crianças mal-crescidas e desgastadas. Redescobri o prazer de ser simples, de não precisar de grandes coisas pra ser feliz, e principalmente, o prazer de ser eu mesmo. Muito gente tem experiência puramente táteis, curtindo somente um dos sentidos, a minha foi muito mais que isso; além de sentir cada centimetro quadrado da minha pele, também vi cada pedaço da minha alma, que sempre esteve em descontinuidade, encontrando seus pontos de contato, fechando esse quebra-cabeça maluco que sou eu. MDMA deveria fazer parte da carteira de vacinação... sendo um pouco sonhador, teriamos um povo muito mais feliz, muito mais criativo e muito mais de bem com sigo mesmo e com os outros.
Foi um dia especial. Um lugar fora de série (esqueci de dizer, foi na repressa Bellings, ou acho, e tinha passei de escuna, ... um barquinho velho, quiado por um velhinho de cara fechada, cercado por futuress junkies, que só abriu a cara quando eu ia descer do barco e falei "obrigado"), minha mina, meus brothers, clima bom. Nada melhor para uma EEE
Dizem que uma imagem vale mais que mil palavras, então toma 2 mil!
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