Faça-me o Favor!

Não nos responsabilizamos por mudanças súbidas de humor ou apetite, ofenças pessoais ou sentimentos inibidos que aflorem de quem por descuido venha a ler isso aqui. Queremos que tudo se exploda e não queremos explodir juntos. Não estamos aqui para sermos atacados, somos nos que atacamos. Ficamos em cima do muro mesmo, atirando pedra em quem passar em baixo, independente do lado.

quinta-feira, maio 19, 2005

Globo Rules!!!

Não há como negar que quem tem grana, manda e desmanda nesse mundo pós-moderno. Olha só o que foi publicado na Folha de São Paulo hoje. Daqui a algumas semanas veremos o resultado

Globo faz oferta para tirar 'Chaves' do SBT
O inimaginável pode ocorrer. A Globo fez uma proposta à rede mexicana Televisa para comprar os direitos de exibição de "Chaves", seriado com imagem associada ao SBT, que o exibe há quase 21 anos. A intenção da Globo não é exibir o programa, que considera sem qualidade técnica, mas torná-lo mais caro ao SBT. Como o contrato do SBT com a Televisa vence no próximo dia 31, e Silvio Santos não se propôs a pagar o que foi pedido, os mexicanos estão fazendo uma espécie de "licitação" (como ocorre no Equador) por "Chaves".
Além da Globo, estão na disputa a Record, a Band e a Rede TV!. As negociações continuam nesta semana na feira de TV L.A. Screenings (EUA). A decisão da Televisa deve sair na semana que vem. A Televisa pede US$ 1,5 milhão por ano por um pacote que inclui cerca de 250 episódios de "Chaves" e quase 600 de "Chapolin" e "Chespirito". É o triplo do que o SBT pagava.
O SBT pode igualar a melhor proposta das concorrentes e levar o pacote. Mas Silvio Santos não estaria disposto a bancar a proposta da Globo, caso ela seja de US$ 1,5 milhão, porque "Chaves" dá audiência, mas não fatura. Assim, é possível que a Globo compre o seriado. O contrato da Televisa obriga que o programa seja levado ao ar todos os dias, mas não impõe o horário. A Globo poderia esconder "Chaves" de madrugada, por exemplo.

Como será?

Imagine o que é para um cara com hemorróidas ficar com diarréia!

domingo, maio 15, 2005

A merda é mole mas não é doce não.

Como a idéia aqui não é contemporizar...
Há tempos vi num filme um noviço comentando com seu mestre que o lugar onde eles estavam parecia esquecido por Deus, ao que o mestre retrucou prontamente, “você conhece algum lugar onde Deus teria se sentido em casa?”. Lembrei de um amigo que conta que, num lugar esquecido por Deus, em época de eleição se faz de tudo pra conseguir votos da populaça. Uma dessas coisas é uma farta distribuição de dentaduras, isso mesmo. O cabo eleitoral enche um saco de dentadura e sai na rua distribuindo pro vulgo. Se experimentar e servir, pode levar. O problema nem sei se é ajustar direito a dita cuja no mascador, mas sim experimentar a tal. Já imaginou quem acaba ficando com a última dentadura do saco? Além de já ter passado por muitas outras bocas, de certo não deve servir bem.
Já, em outro lugar onde Deus não teria se sentido menos à vontade, nos bailes de máscaras nas cortes européias, o sujeito era convidado para o dito baile e por negligência, ou desleixo, não levava uma máscara. Para evitar o terrível constrangimento, sempre havia uma linda mocinha na porta distribuindo máscaras, insípidas e todas iguais, mas que o convidado acabava aceitando de muito bom grado.
Interessante é que geralmente ele acabava se esquivando dos seus conhecidos pois seria muito inapropriado aparecer com a máscara oferecida pelo anfitrião. Ao mesmo tempo, não se poderia fazer a desfeita da ausência no baile... além do mais, estar num evento social dessa magnitude não era trivial. Como então era possível se incomodar com a máscara “muleta”? É estar lá e ao mesmo tempo não estar.
Mas como é que alguém vai a um baile de máscaras e não leva uma máscara? Se não gosta de máscaras, que não vá ao baile. Se não gosta de bailes, que não culpe a máscara. Mas quanto se deve tolerar dessas coisas indigestas e inapropriadas por motivos que valham ou não a pena é algo que cabe ao aperto do calo de cada um, seja banguela ou mascarado. Só não tente se fazer de desentendido, logrado ou vítima infeliz das circunstâncias, pois em terra de banguela, quem tem dente morde a rapadura, o resto, chupa!

Convidado...

Estreando no boteco, a convite do Burocrata, não poderia deixar de atirar as primeiras pedras. Aqui nada é pessoal, mas de repente a gente acaba acertando uma tijolada na testa alheia, ou pior, uma máscara que serve bem demais. Como quem peidou sempre tá com a mão amarela, disfarça e não olha agora. Depois vai reclamar que tão fazendo barulho no randivú dos outros. E aqui, a gente fala e não manda recado, certo PV???

quinta-feira, maio 12, 2005

O orgasmo é dom de Deus

Deu na folha on-line e eu preciso fazer outro copy/paste. O importante é foder e ser fodido, literalmente

As ruas de Esperantina, cidade de 34 mil habitantes no norte do Piauí, estarão nesta quinta repletas de faixas com dizeres como: "O orgasmo é dom de Deus" e "Fim ao silêncio! O orgasmo precisa falar!". É a segunda vez que, no dia 9 de maio, comemora-se o Dia do Orgasmo na cidade.A data quase foi instituída oficialmente no ano passado, mas o prefeito, José Ivaldo Franco (PSDB), vetou o projeto, que havia sido aprovado na Câmara por unanimidade. "Não tenho nenhum preconceito contra o assunto, mas o município tem outras prioridades."A iniciativa partiu do ex-vereador Arimatéia Dantas (PT), 40, que espera que a comemoração sirva para discutir a questão e quebrar preconceitos, ajudando as pessoas a viver melhor. "O político tem que procurar resolver problemas que vão além de salários, moradia etc.
Quando as pessoas acumulam frustrações sexuais, acabam extravasando em forma de violência."Dantas teve a idéia depois de constatar que algumas companheiras demoravam tanto para atingir o orgasmo que ele não conseguia esperar por elas.Para ajudar a população de Esperantina a buscar o prazer, o ex-vereador programou uma série de eventos. Durante o dia, a "urna do orgasmo", enfeitada com os símbolos do homem e da mulher, circulará pela cidade, para que a população deposite nela seus desejos, dúvidas e opiniões.Também serão colhidas assinaturas em um abaixo-assinado favorável ao projeto, que deve ser reapresentado à Câmara.À noite, haverá uma série de palestras.
O juiz da cidade, Almir Tajra Silva, falará sobre as implicações jurídicas do orgasmo nas relações conjugais. Também haverá debates sobre impotência, ejaculação precoce, a função social do orgasmo e o poder da musculação vaginal.O evento termina com o depoimento de Raimunda Alves, a Mundoca, "profissional do sexo" de 63 anos, que tem 30 filhos e 47 anos de carreira. Ela vai falar sobre as preferências sexuais dos homens de Esperantina.Dantas também está lançando a "urna eletrônica do orgasmo" (orgasmomulher@ig.com.br). Ele espera receber mensagens do mundo todo e pretende repassá-las para estudiosos do assunto.

quarta-feira, maio 11, 2005

Em defesa ao demônio capitalista: Os bancos

Essa eu tenho que plagear. Li hoje na Exame On-Line uma reportagem que explica um pouco a questão das altas taxas de juros no país... sempre atribuidas a banqueiros gananciosos que querem ganhar dinheiro fácil sem fazer nada. Pensamento limitado de pobre invejoso... a única informação incorreta nesta afirmação é que o dinheiro não é fácil.

Quando se fala em juros no Brasil, as pessoas costumam olhar e geralmente criticar apenas o Banco Central. Na opinião da maioria dos economistas, no entanto, essa avaliação é míope. "Não são os juros que estão errados", afirma Marcelo Salomon, economista-chefe do Unibanco. "Na origem, eles não são a causa, mas o sintoma, pois refletem apenas a realidade econômica do país."
De acordo com Joel Bogdanski, gerente de política monetária do Itaú, o governo joga sobre o BC a responsabilidade de alcançar o máximo crescimento com o mínimo de inflação. Ocorre que o BC tem de fazer as duas coisas com um único instrumento, a taxa básica de juros, cujo mecanismo derruba a inflação, mas o faz ao mesmo tempo em que derruba a atividade econômica.
"O coração do problema é a dívida pública", afirma Bogdanski. "Se não resolvermos essa questão estrutural, não teremos espaço para baixar os juros. Isso só acontecerá se as outras áreas do governo atuarem, controlando austeramente os gastos públicos e impedindo que a dívida cresça", diz.
Historicamente o governo brasileiro gasta mais do que arrecada. O problema é que na hora de pagar suas dívidas, ele opta sistematicamente por dois caminhos: ou aumenta os impostos para reforçar seu caixa, ou procura novos financiamentos embora geralmente faça as duas coisas ao mesmo tempo. Entre os vários tributos criados para aumentar o caixa da União, muitos incidem sobre as operações financeiras, o que contribui para aumentar os juros cobrados pelos bancos.
Um estudo realizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) mostra que só os impostos e compulsórios cobrados pelo governo sobre operações bancárias são responsáveis por uma taxa anual de juros de 29,4%. Isso significa que se um banco decidisse emprestar dinheiro sem cobrar absolutamente nada por isso, ainda assim o tomador do empréstimo teria de pagar uma taxa anualizada de quase 30% de juros.
Ao optar pelo caminho do refinanciamento, o governo tem de vender seus títulos no mercado e mostrar que está disposto a pagar bem a quem comprá-los. A saída é aumentar a taxa básica de juros, a Selic, que é utilizada como parâmetro para o pagamento desses títulos. Acontece, que como a maior parte da dívida pública – cerca de 60% – é atrelada à taxa básica de juros, toda vez que o Banco Central eleva a Selic para segurar a inflação, a dívida do governo também aumenta.
Esse mecanismo transforma-se em um círculo vicioso, porque acaba fazendo com que o governo dispute o crédito dos bancos com o restante da população e das empresas do país. Atualmente, o governo detém quase 70% do crédito disponível no país. "Com pouco crédito e com os investidores cientes da necessidade de o governo refinanciar sua dívida, mais alto acaba sendo o preço do dinheiro", afirma Roberto Troster, da Febraban. "Isso explica por que países com indicadores econômicos semelhantes aos brasileiros têm taxas de juros mais baixas que as nossas", afirma Troster, economista-chefe da Febraban.
Ocorre que sobre a dívida pública não há o que discutir. Ela está aí e tem de ser paga. Qualquer país sério ou que pretende ser levado a sério, tem de honrar sua dívida. "Além de controlar os gastos, é preciso e melhorar o perfil da dívida", afirma Salomon, do Unibanco. De acordo com Salomon, o governo tem de aproveitar a oportunidade atual, em que os juros de longo prazo estão mais baixos que os de curto prazo para trocar parte de sua dívida curta por dívida longa, mas com taxas pré-fixadas. "É a oportunidade para ofertar títulos com juros mais altos de longo prazo. Só assim será possível mexer na taxa de juros para segurar a inflação sem onerar a dívida."

segunda-feira, maio 09, 2005

Os filhos da Ditadura são os cobaias de hoje

Agora fudeu. Não verdade vem fudendo faz tempo, mas agora que doeu.
Durante o almoço desta tarde, com meus companheiros de trabalho da mesma idade, descobri uma nova regra social, antropológica histórica pra ser mais exato.
Vi que as pessoas nascidas no período da decadência da ditadura (lá pelos 1977 a 1982), são muito semelhantes em um aspecto: Revoltados por se achar subaproveitado, mas medrosos em arriscar novos vôos. Em suma, infelizes apáticos. Um amigo meu definiu esse tipo de pessoa como Futureless Junkies, e acho que está coberto de razão.
Nascemos no início da era tecnológica, e crescemos estimulando nossos neunôrios com muito video-game, desenhos animados e Lego, nos trasformando, desde criança, em potenciais alguma coisa. Mas ao mesmo tempo, passamos nossa adolescencia junto ao um período politicamente confuso, com jovem mais velhos que a gente fazendo passeadas de cara pintada contra o Collor... coisa de gente velha adorou. Mas os fudemos mesmo pq, próximos de nossos 15 anos, quando as cocotinhas gostosas da nossa classe de aula se preparavam para a festa de debutante, sonhando com um principe encantado e acabando a festa disvirginadas pelo namorado mais velho, sofremos o impacto inicial da globalização, e vimos que nossos carros são realmente carroças, que os EUA é um pais super-foda, composto por uma massa de idiotas e poucos gênios que souberam usar esses idiotas para construir o maior pais do mundo, indestrutível a nossas preces ou a militarismo sessentista russo. Vimos também nossos país, tios, vizinhos e amigos sofrerem com a nova hipercompetitividade comercial... lojas fechando, fábricas falindo, megaincorporações... sempre com uma empresa gringa mandando, privatizações e afins. Abrimos as pernas e esquecemos de um lubrificante. Aí começou a assar.
Mas o pior ainda estava por vim. Durante períodos conturbados é que a seleção natural melhor age, e foi assim com a gente. Entramos nas melhores faculdades do país para cada ramo da atividade (Direito, Farmácia, Administração, Engenharia), formamos (isso mesmo, puta com diploma superior) e conseguimos empregos inicialmente legais, mas com o tempo, fomos vendo que outros funcionários, mais velhos e burros, sem a esperiência que temos em informática, sem a fluência que temos em linguas estrangeiras, sem a agilidade de raciocício que criamos com muito Pitfull e nossos playstations, sem a cultura que temos pela facilidade de informação de nos inunda diariamente... esses velhos GANHAM MUITO MAIS DINHEIRO QUE A GENTE, fazendo muito mesmo.
Aí que o negócio pega. A supercompetição por emprego, gerado pelo boom das faculdades particulares, nos fodeu de vez. Lei de oferta e demanda... como existe maior procura por empregos, os empregadores podem colocar os salários lá em baixo que mesmo assim terão um exército de famintos por estágios e subempregos. Mas o mais foda é que os come-dorme velhos que são inferiores tecnicamente a nós, mas superiores no holerite, acabam sendo nossos chefes, e, vendo o perigo iminente que nós propociamos a eles, defendem seu território com cópias de xerox, digitação de textos, tabulação de pesquisas, essas coisas de office-boy, para que eles continuem no status quo que alcançou (se bem que não se alcança status quo, mas deixa pra lá) e nos façam sentir subestimados. Somos altamente capazes para fazer coisas que nos mandam, mas não temos a pica grossa pra mandar ou o espírito pra fazer acontecer o lance sozinho.
Choramingações a parte, a merda é que vivemos em um período de mudanças, precisamente no epicentro da mudança. Somos as cobaias sociais, a infantaria desta merda toda, que vai pra um lugar pq foi mandando e sempre é o primeiro a levar chumbo. E quem leva as honras são sempre os comandantes que mandaram os imbecis pra batalha.

segunda-feira, maio 02, 2005

Presidente é muito mais que um jogo de cartas

Esse final de semana eu joguei, após longinquos 4 anos, presidente. Para aqueles que não conhecem, esqueçam de ler isso, pq não vão entender nada.. para aqueles que jogam ou jogaram esse genial carteado, bem vindo a minha viagem.
Além de ser um jogo divertido pra 4 pessoas (só pra variar um pouco o truco, que mulher não joga, mas presidente elas jogam), presidente é um jogo injusto, por isso tão legal. Nele existes 4 cargos: O presidente, o vice-presidente, o vice-cu e o cu. Pelos nomes já tá pra entender que existe uma hierarquia burocrática neste jogo, e que o cu é um cu mesmo.
Mas o mais legal é que o cu, além de ter que sempre embaralhar as cartas, distribuir e ter que acatar a todos os mandos e desmandos do presidente e do vice (isso mesmo, o cu é sempre zoado e não pode reclamar), ainda tem que entregar ao presidente as suas 2 melhores cartas, enquanto o presidente devolve as suas 2 piores. Via de regra, o cu é sempre cu, no máximo subindo para vice-cu, mas sempre ficando na merda.
O legal do jogo é que ele é o retrato da nossa estrutura social. Sempre tem um cara lá em cima que manda e manda mais... e sempre tem um asshole lá em baixo que acata e acata mais. Chico Science provavelmente inspirou a invenção deste jogo com "o de cima sobe e o de baixo desce", que estranhamente, ninguem sabe de onde ele veio.
O cu dá o que de melhor ele tem, e em contrapartida só recebe merda. Imposto vs. Investimento público é um bom comparativo. Vc paga 33% de seu salário em imposto e recebe em troca o direito de se associar a um plano de saúde, a procurar escolar particulares que deem bolsas de estudo e a pagar pedágio pra usar rodovias sem buracos.
Somos todos cus na mão rica e limpa de presidentes. E pra esquecer isso, jogamos cartas.