Em defesa ao demônio capitalista: Os bancos
Essa eu tenho que plagear. Li hoje na Exame On-Line uma reportagem que explica um pouco a questão das altas taxas de juros no país... sempre atribuidas a banqueiros gananciosos que querem ganhar dinheiro fácil sem fazer nada. Pensamento limitado de pobre invejoso... a única informação incorreta nesta afirmação é que o dinheiro não é fácil.
Quando se fala em juros no Brasil, as pessoas costumam olhar e geralmente criticar apenas o Banco Central. Na opinião da maioria dos economistas, no entanto, essa avaliação é míope. "Não são os juros que estão errados", afirma Marcelo Salomon, economista-chefe do Unibanco. "Na origem, eles não são a causa, mas o sintoma, pois refletem apenas a realidade econômica do país."
De acordo com Joel Bogdanski, gerente de política monetária do Itaú, o governo joga sobre o BC a responsabilidade de alcançar o máximo crescimento com o mínimo de inflação. Ocorre que o BC tem de fazer as duas coisas com um único instrumento, a taxa básica de juros, cujo mecanismo derruba a inflação, mas o faz ao mesmo tempo em que derruba a atividade econômica.
"O coração do problema é a dívida pública", afirma Bogdanski. "Se não resolvermos essa questão estrutural, não teremos espaço para baixar os juros. Isso só acontecerá se as outras áreas do governo atuarem, controlando austeramente os gastos públicos e impedindo que a dívida cresça", diz.
Historicamente o governo brasileiro gasta mais do que arrecada. O problema é que na hora de pagar suas dívidas, ele opta sistematicamente por dois caminhos: ou aumenta os impostos para reforçar seu caixa, ou procura novos financiamentos embora geralmente faça as duas coisas ao mesmo tempo. Entre os vários tributos criados para aumentar o caixa da União, muitos incidem sobre as operações financeiras, o que contribui para aumentar os juros cobrados pelos bancos.
Um estudo realizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) mostra que só os impostos e compulsórios cobrados pelo governo sobre operações bancárias são responsáveis por uma taxa anual de juros de 29,4%. Isso significa que se um banco decidisse emprestar dinheiro sem cobrar absolutamente nada por isso, ainda assim o tomador do empréstimo teria de pagar uma taxa anualizada de quase 30% de juros.
Ao optar pelo caminho do refinanciamento, o governo tem de vender seus títulos no mercado e mostrar que está disposto a pagar bem a quem comprá-los. A saída é aumentar a taxa básica de juros, a Selic, que é utilizada como parâmetro para o pagamento desses títulos. Acontece, que como a maior parte da dívida pública – cerca de 60% – é atrelada à taxa básica de juros, toda vez que o Banco Central eleva a Selic para segurar a inflação, a dívida do governo também aumenta.
Esse mecanismo transforma-se em um círculo vicioso, porque acaba fazendo com que o governo dispute o crédito dos bancos com o restante da população e das empresas do país. Atualmente, o governo detém quase 70% do crédito disponível no país. "Com pouco crédito e com os investidores cientes da necessidade de o governo refinanciar sua dívida, mais alto acaba sendo o preço do dinheiro", afirma Roberto Troster, da Febraban. "Isso explica por que países com indicadores econômicos semelhantes aos brasileiros têm taxas de juros mais baixas que as nossas", afirma Troster, economista-chefe da Febraban.
Ocorre que sobre a dívida pública não há o que discutir. Ela está aí e tem de ser paga. Qualquer país sério ou que pretende ser levado a sério, tem de honrar sua dívida. "Além de controlar os gastos, é preciso e melhorar o perfil da dívida", afirma Salomon, do Unibanco. De acordo com Salomon, o governo tem de aproveitar a oportunidade atual, em que os juros de longo prazo estão mais baixos que os de curto prazo para trocar parte de sua dívida curta por dívida longa, mas com taxas pré-fixadas. "É a oportunidade para ofertar títulos com juros mais altos de longo prazo. Só assim será possível mexer na taxa de juros para segurar a inflação sem onerar a dívida."
Quando se fala em juros no Brasil, as pessoas costumam olhar e geralmente criticar apenas o Banco Central. Na opinião da maioria dos economistas, no entanto, essa avaliação é míope. "Não são os juros que estão errados", afirma Marcelo Salomon, economista-chefe do Unibanco. "Na origem, eles não são a causa, mas o sintoma, pois refletem apenas a realidade econômica do país."
De acordo com Joel Bogdanski, gerente de política monetária do Itaú, o governo joga sobre o BC a responsabilidade de alcançar o máximo crescimento com o mínimo de inflação. Ocorre que o BC tem de fazer as duas coisas com um único instrumento, a taxa básica de juros, cujo mecanismo derruba a inflação, mas o faz ao mesmo tempo em que derruba a atividade econômica.
"O coração do problema é a dívida pública", afirma Bogdanski. "Se não resolvermos essa questão estrutural, não teremos espaço para baixar os juros. Isso só acontecerá se as outras áreas do governo atuarem, controlando austeramente os gastos públicos e impedindo que a dívida cresça", diz.
Historicamente o governo brasileiro gasta mais do que arrecada. O problema é que na hora de pagar suas dívidas, ele opta sistematicamente por dois caminhos: ou aumenta os impostos para reforçar seu caixa, ou procura novos financiamentos embora geralmente faça as duas coisas ao mesmo tempo. Entre os vários tributos criados para aumentar o caixa da União, muitos incidem sobre as operações financeiras, o que contribui para aumentar os juros cobrados pelos bancos.
Um estudo realizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) mostra que só os impostos e compulsórios cobrados pelo governo sobre operações bancárias são responsáveis por uma taxa anual de juros de 29,4%. Isso significa que se um banco decidisse emprestar dinheiro sem cobrar absolutamente nada por isso, ainda assim o tomador do empréstimo teria de pagar uma taxa anualizada de quase 30% de juros.
Ao optar pelo caminho do refinanciamento, o governo tem de vender seus títulos no mercado e mostrar que está disposto a pagar bem a quem comprá-los. A saída é aumentar a taxa básica de juros, a Selic, que é utilizada como parâmetro para o pagamento desses títulos. Acontece, que como a maior parte da dívida pública – cerca de 60% – é atrelada à taxa básica de juros, toda vez que o Banco Central eleva a Selic para segurar a inflação, a dívida do governo também aumenta.
Esse mecanismo transforma-se em um círculo vicioso, porque acaba fazendo com que o governo dispute o crédito dos bancos com o restante da população e das empresas do país. Atualmente, o governo detém quase 70% do crédito disponível no país. "Com pouco crédito e com os investidores cientes da necessidade de o governo refinanciar sua dívida, mais alto acaba sendo o preço do dinheiro", afirma Roberto Troster, da Febraban. "Isso explica por que países com indicadores econômicos semelhantes aos brasileiros têm taxas de juros mais baixas que as nossas", afirma Troster, economista-chefe da Febraban.
Ocorre que sobre a dívida pública não há o que discutir. Ela está aí e tem de ser paga. Qualquer país sério ou que pretende ser levado a sério, tem de honrar sua dívida. "Além de controlar os gastos, é preciso e melhorar o perfil da dívida", afirma Salomon, do Unibanco. De acordo com Salomon, o governo tem de aproveitar a oportunidade atual, em que os juros de longo prazo estão mais baixos que os de curto prazo para trocar parte de sua dívida curta por dívida longa, mas com taxas pré-fixadas. "É a oportunidade para ofertar títulos com juros mais altos de longo prazo. Só assim será possível mexer na taxa de juros para segurar a inflação sem onerar a dívida."
5 Comentários:
Às 10:16 AM , Burocrata disse...
Quem aumenta a taxa básica de juros é o BC, não tem nada a ver com bancos privados, quem acusa os bancos por isso não entende nada e nõa deve ser levado a sério. E não venha me dizer que os bancos "suam a camisa" pra ganhar dinheiro, seu puxa-saco!
Às 7:37 PM , Anônimo disse...
Vai tomar no cu. Tava lendo uma materia dos 9 brasileiros que sairam na lista da Forbes e dos 9 4 eram banqueiros. Tem alguma coisa errada nisso. Metade da lista nao inventou nada, nao empreendeu nada, nao revolucionou porra nenhuma. So herdou um banquinho e com essa falta de senso matematico do governo de gastar mais do que recebe ficou bilionario com esse spreed bancario absurdo
Às 10:32 AM , Burocrata disse...
Pode crer! Enquanto houverem bancos o mundo nunca será um lugar justo! Trabalhamos e geramos riqueza pra esses filhos da puta pegarem nosso dinheiro, emprestarem pros outros cobrando juros e ainda nos cobram por isso! Vai tomá no cu!!!
Às 11:29 AM , Anônimo disse...
A maldição da forma de vcs pensarem é que TEM que ter dinheiro. Vc tem que se livrar dessa idéia. A questão não é virar um andarilho ou mendigo, mas é tirar da cabeça a idéia do dinheiro da forma como se vê normalmente. Pra que vc realmente trabalha? Pra que vc faz cada coisa no seu dia??? Se vc quer grana, meu caro, cala a boca, pára de choramingar e vai enfiar o dedo no cú do seu companheiro de trabalho, vai pisar na cabeça dos outros e sobe na vida. Faz muito tempo que talento ou curriculum não querem dizer porra nenhuma. Escolhe, então, de uma vez por todas, o que é que vc quer da sua vida: poder ou liberdade. Quanto mais de um, menos do outro. É simples assim. Foda é comprar a briga... e deixa o banqueiro enxer o rabo de grana... ô mania de se achar injustiçado. Vcs têm muito mais grana que eu, tiveram uma vida material muito melhor que a minha, e nem por isso eu acho que vcs têm que pagar a minha conta no boteco.
Às 10:48 PM , Anônimo disse...
Nossa Montagna
Muito lindo o que vc disse!
Gostei do seu modo de dizer a real!
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