Faça-me o Favor!

Não nos responsabilizamos por mudanças súbidas de humor ou apetite, ofenças pessoais ou sentimentos inibidos que aflorem de quem por descuido venha a ler isso aqui. Queremos que tudo se exploda e não queremos explodir juntos. Não estamos aqui para sermos atacados, somos nos que atacamos. Ficamos em cima do muro mesmo, atirando pedra em quem passar em baixo, independente do lado.

segunda-feira, outubro 08, 2007

Fluxo de Pensamento da Semana


“Todo espírito profundo tem necessidade de uma máscara; direi mais: uma máscara se forma sem cessar em volta de todo espírito profundo, porque cada uma de suas palavras, cada um de seus atos, cada uma de suas manifestações é continuamente objeto de uma interpretação falsa, isto é, rasa.” (F. Nietzsche – Além do bem e do mal)

E essa dor que grita e sangra, feito vulcão em atividade, mas não mancha ou deixa cicatriz de espécie alguma? Tenho uma espada na garganta e sal no estômago, o que talvez explique porque não sou passível de compreensão. Ou ainda, tantas vezes sou inconstante a ponto de sentir que um sopro me leva do céu ao inferno, num tempo insignificantemente mínimo, e por lá permaneço, sem possibilidade de salvação ou resgate imediato - ou mesmo intermediário. E é nessas horas que não me entendem, mesmo quando estou revelada e limpa, recém lavada de chuva.

Por que esta sensação nunca me abandona? E este vazio que vem até mesmo em momentos que estou tão inteira e convencida? Realizada? Qual o porquê de desligar os sentidos e pensamentos, quando acho estar ainda ideal e receptiva? Isso traz a solidão, mesmo acompanhada, e dormir não alivia o peso contido em minhas pálpebras. Por vezes chego a sentir que um colo silencioso poderia salvar um reino que não se sustenta em pernas fortes (troco a presidência da república por um cafuné bem feito?) e um sorriso assume feitio de remédio, ou de oração.

Sou estranha. Às vezes não tenho um átimo de compreensão própria e em outras me sinto plena. Repleta de uma percepção entremeada de radicais sutilezas... Mas notem: nunca entendida! Afinal, para que serve mesmo ser entendido? Por que esta necessidade de ser vista em última instância de existência? Não preciso ser conhecida e tão pouco servir de adorno ou santo de oratório. Ser vista é, neste caso, especificamente, ser entendida e revelada: é romper com esta máscara transparente que se fez em mim, involuntariamente.

17 Comentários:

  • Às 6:38 PM , Blogger Puta Véia disse...

    Um amigo meu não se cansa de dizer que eu sou um "eterno insatisfeito", principalmente pq ele sabe que eu realmente o sou. E vejo que Janis também é... tem esse fogo chato que não para de queimar, essa inquietação monstro, essa bipolaridade sentimental.
    no fundo no fundo, minha amiga, somos uns idiotas. Esse papo de "incompreendido", de que só mais uma coisa (no teu caso um cafuné) traria solução é nosso jeito de materializar nosso problema nos outros (o inferno são os outros, já dizia um filosofo qualquer que vcs adoram bajular).
    Assuma sua parcela de chatice, pq assim como eu, vc é uma chata. E assim como tb os outros membros desse blog o são, somos chatos, mascarados de incompreendidos.
    Sábado fui em um festa de faculdade, a tempos não ia. Depois de várias tequilas, as pessoas começam a se abrir mais (ou seja, falar mais mal daqueles que não estavam lá)... e sabe quem era o mais malhado!?!? O "gênio encompreendido", que escreve toda sua vida no blog, que se diz escritor da Rolling Stones e reclama muito do meio que vive.
    Desculpe a revolta, mas ver a idiotice alheia me ajuda a ver cada vez mais a minha.

     
  • Às 6:55 PM , Anonymous Anônimo disse...

    Chato, de fato. Nunca precisei de muito pra entender isso. Aliás, lido bem com a coisa e acabo até tendo certo carinho especial. Incompreendido? Certeza. A rastejância que me é subjacente não tem estofo pra captar. Inclusive aqui. A idiotice alheia é o que é. Se vc precisa dela pra ver algo em vc, certamente vc está muito mais próximo dos seus pares do que imagina.
    Janis, deixa de lado a idealização romântica e não precisa de muito mais pra vc ver que é um rompante, só isso. Você subestima o inferno e talvez diga que o superestimo. Dá pano pra manga, mas no grosso, vc talvez esperaria que alguém notasse como vc se sente. Mas não acontece. Vc é estranha mesmo... e aí é que todos se lixam mesmo!!! Etapa seguinte da terapia: esqueça dos outros mesmo e saboreie uma deliciosa, perfidiosa e cínica indiferença. O inferno é algo bom demais pra ser os outros, principalmente em se tratando de deturpações tão grosseiras quanto a que tentam colocar nas palavras do Sartre... que por sinal, jamais leram devidamente contextualizada.

     
  • Às 9:42 AM , Anonymous Anônimo disse...

    Digamos que me agrada deveras ser chata e incompreendida... pela sensação de "super-herói às avessas", talvez, mas sem o ar de intelectualóide que viria ato contínuo... por favor!!! E não, não preciso do outro pra ver algo em mim, mas sou o outro dos outros e tenho visto cada coisa!!!

    A idealização romântica ficou pra trás há um par de anos, John... ficou pra trás quando o vazio tornou-se maior. Maior ao passo que um cafuné não é, nunca foi e nunca será a solução, só algumas poucas vezes que ele serve de emplastro.

    A pergunta é uma só: espero que alguém note como eu sinto ou sinto apenas quando sou notada? Seja lá como for, volto a dizer, não preciso ser conhecida... e cultivo minha estranheza como lírios no jardim. Do Édem ou do lado oposto.

     
  • Às 10:22 AM , Anonymous Anônimo disse...

    "O doutor me disse que eu sofro de um mal incurável: romantismo. Mas ele pode ser amenizado com doese cavalares de 'A Realidade é Muito Triste' em barras de 5 kg e tapa na cara"
    Só pra parafrasear os malvados... :o)
    A idealização passou. O romantismo parece que não. O vazio ainda não fez seus estragos pois ele é constantemente aplacado por paliativos? É uma pergunta sincera.

     
  • Às 11:37 AM , Anonymous Anônimo disse...

    Se não fez estragos?? Pros diabos... fez muitos estragos!!! Só eu que sei, meu caro... e, creia-me, cheguei a negar paliativos, embora confesse que de tempos em tempos eles são necessários pra coisa não desandar por completo. Se não desanda é porque não deixo. Se não deixo é porque não quero. Se não quero é por acreditar que por hora não vale a pena.

    A realidade não é muito triste... acreditar nisso é que, pra mim, soa derrotista e/ou covarde. E pra você? Esta também é uma pergunta sincera.

     
  • Às 12:10 PM , Anonymous Anônimo disse...

    A Realidade É Muito Triste é um fato. Empiricamente demonstrável sob diversas óticas, inclusive a covardia e o derrotismo. No meu caso, particularmente, e vc tb sabe o suficiente sobre, é a percepção do atávico. É assim. Não fui eu quem fez e nem serei eu a mudar. Quanto mais vc tem olhos pra enxergar as coisas como elas são, mais a gente sabe que elas não têm outra possibilidade. Assim, o que nos cabe é um posicionamento. Vc acata à tristeza da realidade ou vc vive na sua realidade, mantendo os seus posicionamentos quanto a ela e fazendo da sua o melhor possível nas condições. Fazer de conta que não existe é balela. E tentar achar que não é com vc tb não funciona. Fluoxetina talvez possa ser uma resposta. Mas o comprimidinho azul emputece e envelhece.
    PS: Sempre acho que é necessáqrio a coisa desandar por completa pra gente experimentar um verdadeiro e autêntico vazio. Acredite em mim, o dia seguinte é elucidativo.

     
  • Às 1:24 PM , Anonymous Anônimo disse...

    Agora sim...

    Então que se a REALIDADE for vista como fator externo e dentro desta você criar a sua própria (realidade), a mesma só será muito triste se você for fraco pra tanto (ou esquizofrênico).

    O que eu dizia é que tomar como dogma a tristeza da realidade e seguir encostado no sofá me incomoda em quem quer que seja, mas especialmente a mim. E, seguindo neste prisma, não chega a ser um romantismo propriamente dito, correto?

     
  • Às 1:31 PM , Blogger Puta Véia disse...

    tomar no cu.... eu passo essa rodada.

    Existe algum outro tema que não seja tão egoista como todos os outros anteriores? Acho que deve existir alguma coisa mais interessante que a vida de vocês

     
  • Às 2:19 PM , Anonymous Anônimo disse...

    Muito tema é mais interessante do que eu. Entretanto, é particularmente saboroso ver a pobre PV ser ignorada e dar xilique por que não se dirigem a ela, a não ser pra achincalhar as suas rasas contribuições com erros de ortografia.
    Faça o seguinte, PV, aumente a dose do seu antidepressivo por conta, tome um ansiolítico ou então marque uma consulta de emergência com seu terapeuta pra contar o fato de não terem dado bola pra vc hoje no blog, boneca!!!

    Janis: vê o que eu falo sobre rastejância? Agora, como esquecer da realidade muito triste???

     
  • Às 2:37 PM , Anonymous Anônimo disse...

    Esquecer da realidade muito triste é partir do princípio que ela o é... e se criamos a própria, como fica?? Enfim, a rastejância não deve ser demonstrativo da tristeza, mas não deixa de ser curioso notar!!!!

     
  • Às 2:41 PM , Anonymous Anônimo disse...

    Se criamos somos uns lunáticos!!! Fechar os olhos pras coisas pode ser perigoso. Aí vamos cair na história da carochinha, lembra?
    A rastejância não me dá tristeza, dá ímpetos, digamos, de um interesse antropológico... sou cientista, sabe...

     
  • Às 2:44 PM , Anonymous Anônimo disse...

    Não... por favor... sem histórias da carochinha!!! Deixe-me cá com minha dor e ranger de dentes!!!!

     
  • Às 2:50 PM , Anonymous Anônimo disse...

    Ah, sim, chegamos então ao ponto!!! Dor e ranger de dentes!!! O melhor de tudo. O mais buscado, o mais louvado, o mais almejado, o mais desejável!!! Só o incômodo é capaz de fazer o pobre humano se mover em direção algo!!!

     
  • Às 3:07 PM , Anonymous Anônimo disse...

    E se PV tiver dificuldades em entender isso, basta se imaginar sentada em cima de um formigueiro!!!!!!

     
  • Às 5:02 PM , Blogger Puta Véia disse...

    Não consigo dar tanta importância assim para esse blog pra me sentir mal por ter sido ignorado. Talvez esse seja mais um problema para vcs dois, já que parece que aqui vcs namoram mais do que pessoalmente.

     
  • Às 11:07 AM , Anonymous Anônimo disse...

    A pergunta é: quem namora quem nessa história???
    Além de burra, a puta é mal-informada!!!
    E vc dá importância sim. Principalmente em dias de tpm.
    Mas eu entendo que os estabilizadores de humor podem amenizar essa fúria mal-contida...

     
  • Às 1:59 AM , Blogger Burocrata disse...

    hahahaha

     

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