Faça-me o Favor!

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quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Um pequeno reforço

Nunca gostei muito do Led Zeppelin. Pra mim, os três primeiros álbuns podiam ser uma coletânea... e pro meu gosto, nem constariam algumas "clássicas". Depois a coisa muda um pouco e eu acho que do Houses Of The Holy pra frente, as coisas são muito boas sim.
Mas aí vem a pinimba que enfurece os puristas. Pra mim, o Led é uma merda ao vivo. Na boa. O Bonham era pancadaria. Mas tinha um repertório limitado. O Plant era um puta vocal, mas sempre deturpava as canções ao vivo por que bebia demais. O Jimmy Page merece um menção especial: é o maior embuste da história do rock. Péssimo...
Outro dia vi o DVD "How The West Was Won" e é tão flagrante a falta de técnica, a falta de peso, o desleixo... notas perdidas, "tropeços" no braço da guitarra. Enfim, é uma vergonha que um cara que já contava com tantos anos de palco quando montou o Led tenha tido tão pouca preocupação com a qualidade do que fazia ao vivo. Pra mim eles estavam mesmo é preocupados com imagem. Era isso que eles vendiam. Peter Grant (o produtor deles) que o diga. Não é a toa que o Led é de longe a banda com menos pirataria disponível naquela época. Os caras não deixavam passar nada!!! E o único registro ao vivo da época foi editado até a alma...
Ah, ia esquecendo... o Jonesy... bem, ele esava preocupado demais em manter a coesão da banda pra poder se preocupar em tocar. Também não a toa que ao longo de todos esses anos ele tenha sido de longe o mais resistente a uma reunião.
Pois bem... os caras voltaram pra um show, que por sinal estava bem legal - eles aprenderam várias lições de profissionalismo desde o fim do Led - e cogita-se uma turnê. Pra mim, caça-níqueis.
Depois de muita execração (que nunca me incomodou, por sinal), encontro uma figura de peso que compartilha da minha opinião. Um cara de uma banda realmente técnica e que produziu muito nego REALMENTE BOM!!! Com a palavra, Mr. Roger Glover, sobre a possível "volta"do Led Zeppelin:
"Acho que esperar um pouco mais para reativar a banda talvez seja um pouco fora do comum. Para mim, eles nunca foram uma banda ao vivo e, sim, uma banda de estúdio. Eu vi o Led Zeppelin ao vivo nos velhos tempos e não gostei muito. Eram muito auto-indulgentes, se você me entende. A habilidade de tocar um instrumento musical não era a prioridade, você sabe, era aquele tipo de imagem. Sou grande fã, não me leve a mal. Mas os shows não eram a coisa mais importante para eles e, sim, os álbuns. E eles venderam toneladas e toneladas de álbuns. Desejo sorte a eles".
Eis um pequeno reforço pro meu singelo ponto de vista.
E tenho dito...

PS: A matéria na íntegra está em http://musica.uol.com.br/ultnot/2008/02/20/ult89u8577.jhtm

12 Comentários:

  • Às 12:13 AM , Anonymous Anônimo disse...

    ARMLESS JOÃO

    que merda é essa: "Um cara de uma banda realmente técnica e que produziu muito nego REALMENTE BOM!!!"

    ??????????????



    VC já viu como são técnicos os músicos que acompanham as duplas sertanejas?



    não dá pra usar a merda pra criticar a bosta. ambas já emboloradas.


    e definitivamente não se pode confiar num coroa que usa uma bandana igual a do chiclete com a banana.

    E A BENEDITA!

     
  • Às 11:37 AM , Anonymous Anônimo disse...

    Bem, o Roger Glover foi um cara que aprendeu muito com o Martin Birch - que na ápoca do Purple era engenheiro e com o passar do tempo foi se tornando produtor. Pois bem... ser produtor de uma banda não é trivial e uma boa parte da fama alcançada por uma banda (sem discutir a qualidade) é culpa do produtor. Veja os álbuns bosta da maior parte das bandas que vc gosta. Com grande chance de acerto, foi a própria banda que produziu.
    Uma das coisas mais legais que eu já vi foi uma passagem de som da banda que acompanhava o Chitãozinho e Xororó. De fato, gente profissional requisita um aparato profissional. Só tem nêgo bom mesmo tocando com as duplas sertanejas. E como profissionais, são pagos pra fazer o que mandam. Assim como vc.
    Agora me diga, meu bom cristão, e sane as dúvidas deste ímpio: quais são os músicos/bandas que vc considera técnicos e, se for o caso, qual tipo de música vc toca (se tocar um instrumento)... isso responderia muitas coisas pra este pobre embolorado.

     
  • Às 4:54 PM , Blogger Burocrata disse...

    Coincidentemente estou ouvindo muito Led ultimamente, de estúdio. Nunca escutei muito ao vivo pra poder opinar, por isso nao posso discordar do John e do Roger. Mas tem banda que nao tem foco em apresentacao ao vivo mesmo, inclusive a melhor de todas (Beatles), entao por que o Led nao poderia? E será que isso é tao ruim assim? Comprei um DVD de um show do Nirvana e é do cacete! É tecnicamente perfeito? Claro que nao, mas tem garra, as músicas sao ótimas (o dificil é fazer bem feito o simples) e é rock and roll de verdade! Já o Purple por exemplo é aquele gigante ao vivo e tudo mais, quem toca alguma coisa adora etc, mas francamente nao aguento ouvir interio o Made in Japan por exemplo, paro quando comecam os solos de bateria, de guitarra, de agogo etc. Essa é a armadilha de quem toca muito (ou será de quem nao tem musicalidade?) invariavelmente cai: o exibicionismo auto indulgente. Quantas vezes já nao li nas Guitar players da vida a nota do punheteiro antes da escalinha que ele dava pra treinar: "esta aqui é pra tocar na loja da Teodoro pra impressionar as menininhas". Peloamor, né? Minha concepcao de música passa longe disso.

     
  • Às 6:22 PM , Anonymous Anônimo disse...

    É interessante o lace de ser músico ou não-músico. Um show do Steve Vai ilustra bem isso. Um bando de moleque torcendo pra ele errar - o que obviamente não vai acontecer. Punhetação? Certeza! Mas há evolução musical. Infelizmente os fãs querem o de sempre.
    Mudamos pra outro lado. Ramones - eu ia citar ACDC, mas pra não dizerem que tô enviesando - os caras tinham uma proposta e na proposta deles acho que poucas bandas bateriam os caras.
    Só que algumas bandas chegam num nível de profissionalismo tão absurdo que já não dá mais pra comparar. O Who teve sérias dificuldades em fazer bons shows no final dos anos 70, tanto pelas traquitanas técnicas como pelos abusos do Keith Moon - se perderam. O Pink Floyd teve dificuldades no The Wall por que eles não conseguiam tocar tudo e precisavam de uma banda de apoio monstruosa - mas ficava igualzinho! O Jethro Tull modificava tudo deliberadamente, e fez versões ao vivo muito melhores sem banda de apoio. O Rush sempre fez no palco tudo o que rolava no estúdio. O Led não ia pra nenhum lado. Eles nem faziam versões diferentes pra valorizar o que eles tinham disponível, nem colocavam músicos de apoio pra tocar igual... e a música ficava xôxa... sem pegada. Não é só a questão técnica e eu concordo com o Burocrata que os solos são chatíssimos. Mas eu acho que estou conseguindo ilustrar o lance da pegada. Tem que ter pegada. E isso, o Led ao vivo não tinha.

     
  • Às 8:00 PM , Anonymous Anônimo disse...

    armless john, vc é dj da kiss fm?




    quando eu era criança, adorava discos ao vivo. achava que eles tinhas mais "energia". hoje, quando ouço um, tenho a impressão de estar olhando um cadáver.

     
  • Às 11:10 PM , Anonymous Anônimo disse...

    armless john, no link abaixo tem um disco antigo, que descobri recentemente, de um cara chamado nick drake. dá pra dizer que o som é folk, mas isso pode ser muito restritivo. digo que é música das melhores, que está no extremo oposto daquela preocupada com virtuose. espero que goste.
    um abraço do bom cristão


    http://download.yousendit.com/C80B76BE5C1B7D8D

     
  • Às 7:14 PM , Anonymous Anônimo disse...

    Putz... se eu fosse dj da kiss eu já tinha morrido do coração.
    A bem da verdade eu tb já gostei dos ao vivo por causa dessa mesma "energia". Hoje eu gosto dos shows por que estou atento a outras coisas além da música ou da performance. Mudar uma parte da música por causa de um problema no PA, se arranjar quando uma corda arrebenta na hora do solo ou quando uma baqueta quebra na hora da virada. Não pela sacanagem, mas pela tarimba mesmo. No fundo eu acho que deve ser muito foda tocar Jumpin Jack Flash a 40 anos, com uns 260 ou mais shows por ano e ainda assim achar o máximo fazer isso... não acredito mais naquela "energia" por que acho que chega uma hora em que as coisas se tornam muito mecânicas e estritamente profissionais. E pra quem consegue se ligar que mesmo muito dos momentos mais intensos de um show tb foram ensaiados, é difícil encontrar elementos verdadeiramente apreciáveis num show. Mas isso não acaba com a magia do palco, mas joga o foco pra outras coisas. Uma olhada que os caras se dão e eles aumentam ou diminuem o tempo de um solo e o solista tem que se virar. Ou então eu vejo a figura do Slash tocando o riff de Sweet Child OMine no Maracanã estropiado de gente, e pra milhões de tvs ligadas... é um riff fácil de errar e se isso acontecer, o cara deve ficar sem chão. Mas ele não erra e se errar, ele sempre tem uma carta na manga. Se vc já teve uma experiência de palco, sabe do que estou falando. A tarimba de palco é hoje o que eu acho do caralho numa banda.
    Quanto ã sugestão, certamente irei ouvir. Posso ter um gosto meio embolorado, mas não sou turrão. Nem pra achar que técnica é tudo.

     
  • Às 3:15 PM , Anonymous Anônimo disse...

    a minha sugestão não foi irônica: acredito mesmo que vc vá gostar do som (já que é fã de jethro e deve saber apreciar uma boa violinha).

    quanto à técnica, que ela seja sempre o meio, e nunca o fim. um exemplo de banda que considero extremamente técnica (sem descambar pra punheta): medeski martin & wood.

     
  • Às 6:31 PM , Anonymous Anônimo disse...

    Nem achei irônica, aliás, baixei e gostei sim.
    Mas me acontece uma coisa que eu não sei se acontece a vc e aos convivas: encontrar elementos de outras bandas antigas no som de uma banda/músico mais novo. E acho que é muito difícil escapar de influências. O extremo dessa tentativa de escapar das influências são essas músicas que têm mais significado na partitura do que no ouvido.
    No caso do Nick Drake, há elementos de Traffic, Renaissance e Focus.
    Confesso que já tentei encontrar boas bandas novas. Me dei por vencido e voltei a fuçar nas gavetas mofadas. ainda tem muita coisa boa perdida. Mas recentemente, numa dessas madrugadas das minhas insônias, que eu vi um festival de bandas novas em Leeds e me surpreendi com um trio de moleques chamado Wolfmother. É de fazer muito marmanjo corar de vergonha. Pesado!!! Se não conhece, vale a pena e é a única recomendação que eu tenho e que ainda não embolorou. Mas eles tb estão empastelados de influências. E tb como Nick Drake, nada desmerecedora por sinal.

     
  • Às 11:47 PM , Anonymous Anônimo disse...

    o bryter layter é um disco de 1970.

     
  • Às 10:41 AM , Anonymous Anônimo disse...

    Tá explicado... :o)
    Os folks estavam em alta...

     
  • Às 1:53 PM , Blogger Puta Véia disse...

    Discussao tecnica que não me arrisco a me meter. Mas uma coisa posso falar, algumas bandas, qdo ficam "profissionais" demais, geralmente perdem aquilo que acho mais importante na música... a irresponsabilidade para curtir aquilo que estão fazendo.
    Eu adoro escutar alguns takes do Beatles Anthology só pra ver os caras fazendo alguns sons só pq querem fazer o som. Mas nos próprios Beatles essa "falta de vontade" é visivel depois que os caras comecaram a estar mais pra aquelas coisas super elaboradas... as cobranças eram demais e sa brigas comecaram.
    Exceção para o MMW, que é abusurdamente bom ao vivo pq é aquilo que os caras amam fazer. Independente do local, os caras estão lá pela música, estão respirando musica.
    O Led ficou chato no osso depois do Phisical, acho que mais pq tentaram ser um pouco mais profissionais, só que eles não eram assim. E tb concordo que Led era muito mais imagem que som ao vivo, mas era isso que os caras queriam, deixa eles quieto.
    Mas sei lá, acho ótimo ver um show bem feito, sem erros e tal... mas o que realmente me dá tesão na música é ver que aquilo está sendo feito com gosto.

     

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