Cortando os pulsos - Respeito
A série trata de dois livros que finalmente consegui encontrar (já que estão esgotados no Brasil - por que será?). Estou nos finalmente do segundo volume, o qual me devia a leitura na íntegra há tempos. Chama-se Liberdade Sem Excesso, de A.S. Neill. É onde ele responde perguntas de pais em pânico que leram sua obra anterior, Liberdade Sem Medo.
Esse sujeito foi o praticante radical de uma linha da pedagogia/educação baseada na satisfação pessoal. Sua obra é desconcertante, por bem sucedida no anticonvencionalismo que sempre pregou - e levou a cabo na sua escola, que dá nome ao livro, Summerhill; e pela coragem.
Pra quem só ouviu falar em liberdade, vomita frases feitas ou simplesmente não tem coragem de ser livre, a leitura vale pra cortar os pulsos, tomar alguma coragem ou pelo menos ser um pai ou uma mãe dignos.
Vai o primeiro trecho da série, tirado de Liberdade Sem Excesso.
"Como se deve ensinar uma criança a respeitar os pais?
Mas, afinal, que significa a palavra respeito? Penso que o ingrediente principal da palavra é medo, como no caso das crianças que respeitam professores severos. Meu dicionário diz que respeito é estima por mérito, honra, estimar altamente. Muito bem: se seus filhos não acham que você seja merecedor, ou digno de honrarias ou estima, que pode você fazer? Forçá-los a pensar que é uma grande pessoa?
Meus alunos não me respeitam. Jamais peço respeito. Hoje, uma meninazinha de dez anos chamou-me de tolo maluco. E daí? Era a opinião dela esta manhã e tinha direito de expô-la. Tal declaração não significa que a pequenina não me queira bem.
Há algo não desenvolvido nos pais que pedem respeito. Obviamente eles falharam no inspirar amor aos filhos, e, assim, exigem um substituto inferior. Pais realmente justos e sinceros para com os filhos não pedem respeito.
Como pode uma criança respeitar a mãe atormentadora ou o pai gritalhão? Como pode uma criança respeitar pais cujas mentiras ela ouve? Como pode uma criança respeitar a mãe que não ousa enfrentar um marido tirano?
Eu respeito Bertrand Russel por causa da sua filosofia, de seu humanitarismo, mas esse respeito não é eivado de medo ou inveja. Se o senhor quer ser respeitado pelos seus filhos, viva de forma que o respeito venha naturalmente – o que significa merecidamente – e não por que seu filho tema represália. "
Esse sujeito foi o praticante radical de uma linha da pedagogia/educação baseada na satisfação pessoal. Sua obra é desconcertante, por bem sucedida no anticonvencionalismo que sempre pregou - e levou a cabo na sua escola, que dá nome ao livro, Summerhill; e pela coragem.
Pra quem só ouviu falar em liberdade, vomita frases feitas ou simplesmente não tem coragem de ser livre, a leitura vale pra cortar os pulsos, tomar alguma coragem ou pelo menos ser um pai ou uma mãe dignos.
Vai o primeiro trecho da série, tirado de Liberdade Sem Excesso.
"Como se deve ensinar uma criança a respeitar os pais?
Meus alunos não me respeitam. Jamais peço respeito. Hoje, uma meninazinha de dez anos chamou-me de tolo maluco. E daí? Era a opinião dela esta manhã e tinha direito de expô-la. Tal declaração não significa que a pequenina não me queira bem.
Há algo não desenvolvido nos pais que pedem respeito. Obviamente eles falharam no inspirar amor aos filhos, e, assim, exigem um substituto inferior. Pais realmente justos e sinceros para com os filhos não pedem respeito.
Como pode uma criança respeitar a mãe atormentadora ou o pai gritalhão? Como pode uma criança respeitar pais cujas mentiras ela ouve? Como pode uma criança respeitar a mãe que não ousa enfrentar um marido tirano?
Eu respeito Bertrand Russel por causa da sua filosofia, de seu humanitarismo, mas esse respeito não é eivado de medo ou inveja. Se o senhor quer ser respeitado pelos seus filhos, viva de forma que o respeito venha naturalmente – o que significa merecidamente – e não por que seu filho tema represália.
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