Faça-me o Favor!

Não nos responsabilizamos por mudanças súbidas de humor ou apetite, ofenças pessoais ou sentimentos inibidos que aflorem de quem por descuido venha a ler isso aqui. Queremos que tudo se exploda e não queremos explodir juntos. Não estamos aqui para sermos atacados, somos nos que atacamos. Ficamos em cima do muro mesmo, atirando pedra em quem passar em baixo, independente do lado.

quarta-feira, dezembro 21, 2005

Mais um dia de paulistano Vejinha - Parte 1

7:00 e toca o meu despertador, rapidamente desligado... alguns minutos depois mamãe vem me acordar. O café já esta na mesa e tenho que trabalhar as 9:00.
Passo o desjejum de olhos fechados, não sou tão fã assim de meus pais, não puderam me dar a vida de playboy que sempre quiz e vi meus amigos da FAAP tiveram. Hoje trabalham na empresa dos pais, e eu... meu pai só conseguiu que um amigo dele me contratasse no banco em que ele trabalha.
8:00 e já tenho que sair. O percurso até o trabalho é pequeno (uns 4 Km), mas o transito dessa cidade já viu né? Logo cedo já tomo uma fechada no transito.. malditos taxistas nordestinos. O fascismo que estava certo, eugenia é solução. 2 esquinas a frente, uma brasília velha quebra logo na saída do farol... e nem com 1 minuto de minha buzinada o velho babaca conseguiu empurrar o carro pra fora da pista; queria ajuda, mas que se foda, ligasse pra seguradora dele pra empurrar o carro, e se não tivesse seguro, azar... ninguém mandou ter um carro velho.
Quase chegando no trabalho meu carro morre no farol, deixa pra que uma cambada de filha-da-puta buzinem na minha orelha. Acabou a gasolina!!! A desgraçada da minha irmã nem teve a vontade a abastecer o meu carro. Isso que dá... emprestei o carro pra ela o mês passado e essa é a ingratidão. Nunca mais também. E os desgraçados buzinando ainda. Será que não entendem que fiquei sem gasolina!?!? O que custa me ajudar a colocar o carro pro lado. Deixei onde estava... peguei um taxi e liguei pro meu pai. Ele que resolva... ele que teve a filha desgraçada que é minha irmã... biscate.
" - Mas deixar o carro abandonado naquele cruzamento?!?! Vc vai ser multado!"
"- Azar da tua filha... ela vai pagar isso também" (mas o dinheiro é do velho mesmo, então não muda nada);
O taxista vem com papo... não gosto de conversar com esse tipo de gente. Pego a revista e fico lendo, respondendo de vez em quando o que ele resmunga.
Chego no trabalho e já tem reunião. Pra melhorar a diversidade do banco. Tenho que apresentar o quão baixo são os índices de inclusão social no país, na cidade, na empresa. Seria tão mais simples se contratassem mais negros, indígenas, mulheres, em geral, essa minoria excluida socialmente. A consultoria que contratei para me ajudar neste projeto acredita na mesma coisa. Agora é só passar para o RH a demanda, mas eles são muito lentos... nunca entendem o que eu preciso e ficam dando milhões de desculpas, que é difícil encontrar indigenas em SP, que os funcionários negros já contratados reclamam de discriminação, etc... Sempre as mesmas respostas. Eu só preciso reduzir o maldito número que eu tenho que reportar para meu chefe, não tô nem aí pro trabalho dos outros. O meu na reta não fica não... vou continuar culpando o RH.

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